sábado, 3 de maio de 2008

10 Fatos extraordinários sobre os sonhos

O sonho parece ser mais do que uma simples experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Recentemente, descobriu-se que até os bebês no útero têm sono REM (movimentos rápidos dos olhos) e sonham, não se sabe com o quê. Veja estes extraordinários fatos sobre os nossos sonhos.

10. Os cegos também sonham

Revista HypeSiencePessoas que ficam cegas depois do nascimento podem ver imagens durante os sonhos. As pessoas que nascem cegas não enxergam nada, mas possuem sonhos igualmente vívidos envolvendo seus outros sentidos: audição, olfato, tato e suas emoções. É difícil para pessoas que enxergam imaginar, mas o a necessidade dos sonhos para o corpo é tão forte que os cegos podem virtualmente manipular todas as situações com as quais sonham.

9. Você esquece 90% dos seus sonhos

Revista HypeSienceDepois de cinco minutos acordados a metade do sonho já foi esquecido. Em 10m, 90% já se foi. O famoso poeta Samuel Taylor Coleridge acordou uma manhã depois de ter um fantástico sonho (possivelmente induzido pelo ópio) e começou a descrever seu “visão em um sonho”, que é um dos poemas ingleses mais famosos: Kubla Khan. Depois de haver escrito 54 linhas ele foi interrompido por um visitante indesejado. Samuel retornou ao seu poema, mas não pode lembrar o resto de seu sonho. O poema nunca foi concluído.

Curiosamente o autor Robert Stecenson inventou a história do Doutor Jeckyll e Sr. Hyde enquanto estava dormindo. Frankenstein, de Mary Shelley, também foi filho de um sonho da autora.


8. Todo mundo sonha

Revista HypeSienceCom exceção de algumas pessoas com distúrbios psicológicos extremos todo o restante de nós sonha. Homens tendem a sonhar mais com outros homens, enquanto a mulher tende a sonhar igualmente com pessoas de ambos sexos. Ambos experimentam reações físicas aos seus sonhos não importando se ele tenha ou não natureza sexual; homens têm ereções e nas mulheres aumenta o fluxo sanguíneo vaginal.


7. Os sonhos previnem psicose

Revista HypeSienceEm um estudo recente sobre o sono, estudantes que foram acordados no início de cada sonho, mas mesmo assim puderam dormir suas oito horas de sono. Todos experimentaram dificuldades de concentração, irritabilidade, alucinações e sinais de psicose depois de apenas três dias. Quando eles finalmente foram autorizados a dormir durante o sono REM (Rapid Eyes Movement em inglês ou movimento rápido dos olhos; é o sinal fisiológico de que começamos a sonhar durante o sono), seus cérebros compensaram o tempo perdido aumentando muito o percentual de sono realizado no estagio REM.

6. Nós sonhamos apenas sobre o que conhecemos

Revista HypeSienceNossos sonhos são frequentemente cheios de pessoas estranhas que desenpenham certos papéis. Você sabia que a sua mente não está inventando estas faces? Elas são rostos reais de pessoas que você viu durante a sua vida, mas pode não se recordar. O algoz de seu último pesadelo pode ter sido o caixa da padaria em que o seu pai comprava pão quando você era criança. Como todos vemos centenas de milhares de rostos por dia é possível que tenhamos um suprimento infindável de personagens que nossa mente por utilizar durante os sonhos.

5. Nem todos sonham em cores

Revista HypeSienceExistem pessoas com visão normal (12%) que sonham exclusivamente em preto e branco. O restante sonha em cores. Há também temas comuns para os sonhos, que são situações relacionadas à escola, ser perseguido, tentar correr e mesmo assim se mover vagarosamente, experiência sexuais, cair, atrasar-se, uma pessoa viva atualmente estar morta, dentes caindo, voar, reprovar em um exame ou acidente de carro. É desconhecido se o impacto de um sonho relacionado a violência ou morte é mais emocionalmente carregado para a pessoa que sonha em cores ou para as que sonham em preto e branco.

4. Os sonhos não são sobre o assunto que parecem tratar

Revista HypeSienceSe você sonha sobre algum assunto em particular não é comum que o sonho seja realmente sobre isso. Os sonhos nos falam em uma linguagem profundamente simbólica. A mente consciente tenta comparar seu sonho a outra situação ou coisa similar. É como uma analogia em uma poesia que diz que as formigas são como máquinas que nunca param. Em um sonho você nunca compara algo com esse mesmo algo, assim como na poesia, por exemplo: “Aquele belo pôr-do-sol era como um belo pôr-do-sol”. Portanto seja qual for o símbolo que o seu sonho escolha é muito improvável que o propósito do sonho seja o símbolo em si.

3. Quem pára de fumar tem sonhos mais vívidos

Revista HypeSienceOs tabagistas que fumaram por muito tempo e pararam reportaram mais sonhos vívidos do que eles normalmente teriam. Em adição, de acordo com a revista científica Journal of Abnormal Psychology “entre 293 fumantes que se abstiveram entre uma e quatro semanas, 33% disseram que tiveram ao menos um sonho sobre fumar. Na maioria dos sonhos as pessoas se flagravam fumando e sentiam fortes emoções negativas como pânico e culpa. Sonhos sobre fumar foram o resultado do fato da desistência ao cigarro, pois 97% dos voluntários não os tinham enquanto fumavam e sua ocorrência foi relacionada significativamente ao período de abstinência. Eles foram relatados como mais vívidos do que os sonhos normais e são tão comuns como os grandes sintomas de abstinência ao tabaco”.

2. Estímulos externos invadem nossos sonhos

Revista HypeSience

Isso é chamado de Incorporação ao Sonho e é a experiência em que a maioria de nós tem um som do mundo real ouvido em nosso sonho e incorporada de alguma maneira. Um exemplo similar ocorre quando você sente sede ou vontade de urinar no mundo real enquanto dorme e isto é transportado para o sonho. A maioria das crianças, já grandes, urinam na cama por causa de incorporação: estão com a bexiga cheia, sonham que estão apertados e urinam no sonho ao mesmo tempo em que molham a cama. Pessoas com sede durante o sono relataram tomar copos de água dentro do sonho para, minutos depois, ficar com sede e tomar outro copo. O ciclo se repete até o momento que este que a pessoa acorda.

A famosa pintura acima de Salvador Dali explica exatamente este conceito. O seu nome é “Sonho Causado Pelo Vôo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar”.

1. Você está paralisado durante o sonho

Revista HypeSienceAcredite ou não o seu corpo está virtualmente paralisado durante o sono. Isso ocorre possivelmente para preveni-lo de atuar aspectos dos seus sonhos. Durante o sono há glândulas que secretam um hormônio que ajuda a induzir o sono e os neurônios enviam sinais à coluna vertebral que causam o relaxamento do corpo e em seguida a pessoa fica essencialmente paralisada.


Bônus: Fatos extras

  • Você não sonha enquanto ronca.
  • As crianças não sonham sobre si mesmas até aproximadamente os três anos.A partir desta idade as crianças tem muito mais pesadelos do que os adultos até completar 7 ou 8 anos.
  • Se você for acordado durante o sono REM você tem mais chances de lembrar seu sonho mais vividamente do que quando você acorda pela manhã.
  • Não existe evidência científica que confirme o mito de que acordar um sonâmbulo possa matá-lo.
  • Há pessoas que sofrem de sonhos recorrentes. É um sonho que surge repetidamente durante longos períodos de tempo, até anos. Geralmente possui aspectos de pesadelo e pode ser causado por estresse pós-traumático.

Fontes: 1 -HypeScience, 2 - Wikipedia

Gigantesco buraco negro é catapultado para o espaço

O evento, visto pela primeira vez, foi anunciando no dia 29.04.2008.

Quando galáxias em colisão finalmente fundem se supunha que os buracos negros em seus centros pudessem se fundir também. Astrônomos já teorizaram que a liberação de energia resultante poderia propelir o novo buraco negro para fora de sua galáxia de origem, para o espaço vazio, mas ninguém havia observado o evento.

“Nós já observamos os estágios de pré-fusão de buracos negros”, disse Stefanie Komossa do Instituto Max Planck de física extraterrestre, parte da equipe que fez a nova descoberta. “Mas não havíamos visto a o evento da fusão em si.”

Stefanie e sua equipe agora detectaram as conseqüências de tal fusão: um buraco negro em processo de deixar a sua galáxia de origem.

A conseqüência foi de que o buraco negro fundido, o produto final, o novo buraco negro foi expelido da galáxia”, disse Stefanie, Os resultados da equipe serão detalhados na edição de 10 de maio da revista científica Astrophysical Journal Letters.

Singular velocidade

“Na coalescência final, ou fusão, destes dois buracos negros é emitido um estouro gigante de ondas gravitacionais”, ela disse. “Como estas ondas são emitidas em uma única direção, o buraco negro então é expulso na outra direção”.

e acordo com algumas simulações teóricas o “chute” que o buraco negro toma é similar ao recuo de uma arma podendo propelir o buraco negro a muitos milhares de quilômetros por segundo. Este buraco negro foi observado correndo a 2.650 km/s (9,5 milhões de km/h).
Como a atração da galáxia não é páreo para esta incrível velocidade o buraco negro “inevitavelmente irá para o espaço intergaláctico”, disse Stefanie.

Fonte: HypeScience

Publicado em 30.04 e atualizado em 2.05

DNA liga ossos a filhos de czar assassinado

Desde
que os bolcheviques executaram o czar Nicolau 2º e sua família, há nove
décadas, não havia traço dos restos mortais do príncipe Alexei, o
hemofílico herdeiro do trono russo


Alguns diziam que o menino de 13 anos havia sobrevivido; outros, que havia sido enterrado em um local secreto.

Agora,
um teste de DNA resolveu o mistério, ao identificar fragmentos de osso
encontrados numa floresta como sendo os de Alexei e de sua irmã, a
grã-duquesa Maria.

Os fragmentos foram achados no ano passado
em Iecaterinburgo, onde a família real foi morta em 1918. A análise foi
feita em um laboratório dos EUA.

Os restos de Nicolau, da
imperatriz Alexandra e três dos irmãos se Alexei, incluindo a princesa
Anastácia, foram desenterrados em 1991 e sepultados em São Petersburgo.

(Da Associated Press)
(Folha de SP, 2/5)

Brasil ganha versão em português do periódico científico inglês BMJ

Publicação médica é considerada uma das mais respeitadas do mundo


O
Brasil passou editar nesta semana a versão em português do BMJ (British
Medical Journal), periódico científico inglês considerado uma das mais
respeitadas publicações médicas do mundo, com quase dois séculos de
história.

A edição brasileira, lançada pela Artmed Editora na
última segunda-feira, será composta por uma seleção dos melhores
artigos das últimas quatro edições originais do mês, com tradução
literal da revista inglesa. A periodicidade será mensal, e o conteúdo,
adaptado às necessidades dos profissionais de saúde brasileiros.

Segundo
Adriane Kiperman Rojas, diretora editorial da Artmed, o objetivo da
versão brasileira do BMJ é atualizar e capacitar os profissionais da
área médica brasileira que não têm acesso permanente a esse tipo de
publicação no original -seja pelo custo ou pela falta de conhecimento
da língua inglesa.

"A idéia é que o BMJ Brasil replique a
tendência mundial da medicina baseada em evidências e que os médicos
brasileiros sejam cada vez mais eficazes na sua prática clínica." As
negociações da Artmed com o periódico inglês, que existe desde 1840,
levaram um ano e meio.

"Eles queriam ter a certeza de que o BMJ Brasil preservaria os princípios éticos e de qualidade do Grupo BMJ."

A
editora criou um conselho editorial específico para seleção e revisão
dos temas do BMJ Brasil, composto por médicos especialistas -a maioria
deles, profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O
cardiologista Luiz Antonio Nasi, que faz parte do conselho, diz que a
versão em português do periódico vai servir para sensibilizar os
médicos para o "desafio ético da prática clínica".
(Cláudia Collucci)
(Folha de SP, 2/5)

Ministro alemão do Ambiente mostra preocupação com desflorestamento em visita ao Brasil

Lígia Formenti escreve para “O Estado de SP”:

O
ministro do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da
Alemanha, Sigmar Gabriel, afirmou ontem (28/4), no primeiro dia de sua
viagem oficial ao Brasil, ser 'uma missão enorme' para o governo
brasileiro tentar deter o desmatamento diante da alta de preços de
ração animal.

Até sexta-feira (2/5), quando termina sua
missão, o ministro deverá cumprir uma agenda com três pontos básicos:
desmatamento, biocombustíveis e preparativos para 9ª Conferência das
Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP-9),
marcada para maio, em Bonn.

Gabriel deverá fazer uma visita ao
Pará, onde poderá ter contato direto com uma amostra do desmatamento no
País. Ele não quis fazer comentários sobre a retomada do ritmo de
derrubada das florestas no Brasil - disse que, em seu primeiro dia de
viagem, seria precipitado fazer avaliações. Mas mostrou preocupação em
relação à pressão sobre as florestas, que, em sua avaliação, está
intimamente ligada ao aumento de preços dos produtos agrícolas usados
para ração animal.

Na manhã de ontem, Gabriel encontrou-se com a
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ao colega, Marina mostrou
números de operações para conter o desmatamento, de prisões feitas e
processos abertos. A Alemanha assume a presidência da COP-9 em maio, no
lugar do Brasil, que desde 2006 exerce o posto.

Incentivo econômico

No
encontro com Marina, Gabriel pediu apoio para acelerar as negociações
em torno do regime internacional sobre acesso e repartição de
benefícios (ABS), um mecanismo para incentivar países a proteger seus
recursos genéticos. 'Só no momento em que países de beneficiarem
economicamente do uso desses recursos é que terão incentivo para
preservá-los. É a forma mais eficaz de se garantir proteção', afirmou
Gabriel.

Na avaliação de Marina, esse recurso seria essencial
para conter o desmatamento. Novamente, ela defendeu a criação de um
fundo voluntário de incentivo para países que reduzirem suas emissões
de CO2. 'É tão difícil para países ricos mudarem sua matriz energética
para fontes renováveis quanto para países em desenvolvimento mudar sua
forma de produção', justificou.

A Alemanha é o segundo maior
doador para projetos na área ambiental. No Programa-Piloto para a
Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que financia
projetos na Amazônia e na mata atlântica, nos últimos doze anos, a
Alemanha é a principal doadora.

O secretário-executivo do
Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou que, desde
1995, o Brasil recebeu US$ 280 milhões no âmbito do PPG7.
(O Estado de SP, 29/4)

Fonte: Jornal da ciência
29 de Abril de 2008

Veneno de aranha do cerrado brasileiro pode ser chave para combate a doenças como Mal de Alzheimer

Neide Campos / AmbienteBrasil


Preservar
a biodiversidade brasileira, uma das mais ricas do mundo, transcende o
respeito à vida, que deveria permear a trajetória de todos os cidadãos
de bem. A cada dia, a Ciência descobre, na fauna e na flora,
perspectivas de resolver - ou minimizar - males que assolam a saúde
humana em todo o planeta.


Na última semana, a ONU (Organização das Nações Unidas) fez um
alerta sobre a perda da biodiversidade. A extinção de milhares de
animais e plantas pode acarretar o fim de medicamentos usados na
farmacologia atual, que ajudam milhares de pessoas, além de impedir a
descoberta de novas substâncias.


Um exemplo recente desse potencial da biodiversidade brasileira
está nos estudos do professor Wagner Ferreira dos Santos, do
Departamento de Biologia da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão
Preto, a 319 km da capital paulista.


A pesquisa de uma molécula isolada do veneno da espécie Parawixia bistriata,
aranha encontrada no cerrado brasileiro, se mostrou eficaz no controle
do glutamato, aminoácido responsável pelas respostas rápidas aos
estímulos.


O estudo, ainda em fase de testes em ratos, pode ser a chave para o
tratamento de doenças do tecido nervoso, como alzheimer, epilepsia,
acidente vascular cerebral, glaucoma e esquizofrenia.

"Esta
substância, a parawixina 1, retira o L-glutamato que está fora dos
neurônios do encéfalo, que em excesso é prejudicial e o coloca no
interior destas células. Isto evita uma maior lesão do tecido nervoso",
explicou o professor Wagner a AmbienteBrasil.


Segundo ele, a parawixina 1 inibe convulsões induzidas
experimentalmente em ratos e protege os neurônios da morte. Essa
descoberta pode ser um avanço nos medicamentos atuais, que apenas
diminuem a estimulação, mas não bloqueiam a morte celular dos
neurônios.


Novos testes com a estrutura da molécula, ensaios de toxicidade,
biodisponibilidade (velocidade e grau com que uma substância ativa é
absorvida a partir de um medicamento), entre outros, ainda devem ser
realizados. Após esses testes, os quais deverão ser validados no
exterior, se houver interesse de alguma indústria farmacêutica, os
ensaios devem ser feitos em humanos, que serão testados voluntariamente.


Infelizmente, ainda não há uma data para este futuro medicamento
chegar ao mercado. Segundo o professor Wagner, o investimento público
no laboratório que coordena é pequeno e, no Brasil, "nenhuma empresa se
interessa realmente".

"Pegadas de carbono" obcecam Reino Unido

Medida permite saber quanto CO2 é usado na produção de mercadorias; onda leva até a enterros ecológicos em caixões de bambu

Consumo também é levado em consideração na hora de os britânicos, cada vez mais preocupados com o meio ambiente, fazerem compras


Alastair Grant - 19.abr.08/Associated Press


Mulher observa caixão em exibição do que seria um "funeral ecológico", em Londres; no ano passado, 12,6 mil britânicos foram enterrados dessa maneira

RAFAEL CARIELLO
DE LONDRES

A sala de velório do cemitério Herongate, em Brentwood, meia hora de trem a leste de Londres, é simples: duas velas enfeitam uma mesa logo na entrada, 45 cadeiras de madeira clara oferecem algum conforto para os familiares, e a escassa luz de um típico dia chuvoso pode entrar no ambiente por janelões de vidro. Mas o que realmente a distingue é o caixão, para onde tudo converge.
Feito de um material que parece uma palha entrelaçada, guarda um corpo que não foi embalsamado, enrolado apenas numa manta de algodão grosso. Com esse arranjo, pelo fato de o conjunto ser supostamente mais biodegradável que caixões convencionais, o defunto e a família tornam públicas preocupações ecológicas.
Há uma relação entre essa cerimônia e a garçonete que, quilômetros a oeste dali, serve água com gás a um dos clientes do restaurante "Acorn House", na capital do Reino Unido. Quase nada no cardápio do estabelecimento viajou muito até chegar à mesa do freguês, de modo que menos combustível foi queimado, e menos dióxido de carbono, lançado na atmosfera. A água é inglesa, "sparkling Belu", e traz no rótulo a mensagem: "Todos os lucros são revertidos para projetos de preservação de água natural".
São sinais da preocupação ambiental que virou uma obsessão e um negócio cada vez mais lucrativo para os britânicos. Diferentemente de outros pecados intangíveis, as atitudes ecologicamente incorretas podem ser agora medidas mais exatamente, pesadas. Um índice chamado "pegada de carbono" permite quantificar a contribuição de governos, empresas e pessoas para o efeito estufa e o aquecimento global.
O próprio governo criou no ano passado um medidor oficial do volume de gás carbônico lançado na atmosfera. A tal pegada contabiliza o quanto de CO2 é liberado de forma direta ou indireta na produção, no transporte e na comercialização de um produto ou serviço.

Matemática
Para calcular a pegada de carbono de uma dúzia de maçãs embaladas industrialmente, por exemplo, é preciso saber quanto combustível é consumido em aviões que lançam agrotóxicos nos pomares, no transporte do local de plantio até o supermercado e na fabricação e transporte do saco plástico que as embala, entre outras formas pelas quais o produto contribui para o efeito estufa.
No caso do caixão "ecológico", fabricado pela empresa Ecoffins, a pegada de carbono é de aproximadamente meio quilo por unidade, contabilizado o gasto com combustível no transporte desde a China, onde a peça é fabricada, e o número de esquifes que viaja por vez.
A propósito, cresce o número de britânicos que escolhem uma forma ecologicamente correta para seus funerais. Segundo o Natural Death Centre, organização que orienta o público para a compra de caixões biodegradáveis (feitos de bambu ou cartolina grossa) e a contratação dos serviços de cemitérios ecológicos (sem lápides de pedra ou metal), 12,6 mil pessoas foram enterradas num desses locais no ano passado, bem mais que as 4.800 de 2003.
Cada britânico lança em média cerca de dez toneladas de dióxido de carbono na atmosfera a cada ano, segundo dados da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas. É metade da média americana e bem mais do que a quantidade de CO2 produzida por um brasileiro no mesmo período, 1,8 tonelada.
Se o consumidor sabe especificamente quanto contribui em cada compra, ao viajar ou ligar o aquecedor, ele pode se planejar e controlar a sua emissão pessoal de gás carbônico.

Ecologia de massa
É tendo em vista isso que a rede de supermercados Tesco, a maior do Reino Unido, promete fazer uma "revolução em consumo ecológico" a partir do mês que vem, quando passará a registrar a pegada de carbono na embalagem de cada um de seus produtos. Terry Leahy, presidente do grupo, disse que isso significará levar o "movimento verde" ao mercado de consumo massificado.
Dar ao consumidor a possibilidade de comparar as "pegadas" poluidoras deste e daquele iogurte faz sentido, do ponto de vista mercadológico, quando se conhecem os números da preocupação crescente dos britânicos com o meio ambiente.
Pesquisa feita no ano passado pelo departamento de assuntos ambientais, rurais e alimentares mostra que os britânicos apontam como quarto principal problema o meio ambiente (19% das pessoas o incluíram entre as prioridades), só atrás de crime (49%), saúde (47%) e educação (36%).
Em 2007, 58% dos britânicos diziam estar reduzindo o consumo de gás e eletricidade em casa para ajudar a diminuir o impacto no efeito estufa, contra 40% em 2001. A proporção dos que diziam estar diminuindo o consumo de água era de 52%, contra 29% em 2001.


Vizinhos se unem para controlar consumo; quem abusa paga multa
DE LONDRES
No início de outubro do ano passado, o sistema de aquecimento central da casa de Tom Hitchman, 45, quebrou. O documentarista, que mora em Londres, resolveu deixar as coisas assim mesmo e se agasalhar um pouco mais.
Quando o inverno apertou, comprou um fogão a lenha, mandou instalá-lo na cozinha, e passou o restante da estação quase que exclusivamente naquele cômodo da casa.
As atitudes aparentemente extravagantes ajudaram Hitchman a 1) contribuir em menor escala para o aquecimento global (sistemas de aquecimento estão entre os artigos de consumo que mais contribuem para a liberação de dióxido de carbono) e 2) fazer boa figura frente aos seus colegas do "Crag" de Islington, bairro residencial na região norte londrina.
"Crag" é a sigla em inglês para Grupo de Ação para o Racionamento de Carbono. Há cerca de 30 grupos desse tipo hoje no Reino Unido -o primeiro foi fundado no final de 2006. Cada um reúne entre uma e duas dezenas de pessoas, em alguma cidade ou bairro específico.
Seu objetivo é estabelecer metas de redução da emissão de carbono para os integrantes, que se reúnem a cada mês para avaliarem o progresso pessoal e trocarem solidariedade mútua e experiências. Também é fixada uma penalidade caso o participante ultrapasse o limite acordado para cada ano.
No ano passado, no "Crag" de Islington, a meta era não ultrapassar quatro toneladas de emissão por pessoa em consumo de gás, eletricidade e aquecimento dentro de casa e no uso de transporte individual ou coletivo. Se considerados só esses serviços, a média britânica de emissão de CO2 é de cinco toneladas por pessoa ao ano.
A penalidade para quem não conseguisse se manter dentro da meta foi de 5 pence (centavos de libra) por cada quilo excedido. Doug Angus, 50, teve que fazer uma viagem à Argentina, e o dióxido de carbono liberado pelo avião que o levou até lá fez o engenheiro ultrapassar em quase quatro toneladas a meta. Distribuiu as 183 libras que devia entre os colegas do "Crag" de Islington. Quem tinha crédito recebeu proporcionalmente à economia feita.
A idéia dos "Crags" é ir baixando o limite de emissão de CO2 a cada ano. Para 2008, a meta é 10% menor.
"O objetivo é que, em 2029, nós estejamos emitindo cerca de 400 kg de CO2 por ano", diz Jessica Rayburn. "Isso representaria redução de 90% em relação à emissão média no Reino Unido em 2006. Um tal corte seria o que pesquisas científicas indicam que países desenvolvidos como o nosso precisariam fazer se quisermos evitar um aquecimento do planeta acima de dois graus. Um aumento menor do que esse é o que os cientistas pensam que possa ser um nível de mudança climática ainda manejável." (RC)

Insetos utilizam plantas como telefones

"Alou?… Sim, esta é a minha planta. Obrigado. Tchau."
Essa é a conversa entre insetos subterrâneos e aqueles que ficam sobre a terra na verdura mostarda. Cientistas descobriram que os insetos abaixo e sobre a superfície utilizam a planta como um telefone químico.
Uma equipe de pesquisadores orientados por Roxina Soler, uma ecologista do Instituto de Ecologia da Holanda, não tem certeza do quanto o fenômeno está espalhado pela natureza.
telefone dos insetos biofone telefone verde
Insetos acima e abaixam utilizam a mostarda para conversar. Crédito: NIOO-KNAW
O bate-papo orgânico é amigável: Insetos que se alimentam das folhas sobre a superfície preferem as plantas desocupadas pelos comedores de raízes. Quando um inseto subterrâneo toma residência sob uma planta, começa a se banquetear das raízes da mesma. Para alertar os insetos comedores de folhas de que "não há vagas", o inseto subterrâneo envia um sinal químico através das folhas do vegetal, de maneira que os comedores de folhas são avisados que a planta está ocupada. (...)
Estudos recentes revelaram que tipos diferentes de insetos que vivem sobre a terra se desenvolvem vagarosamente se eles se alimentam de plantas com inquilinos subterrâneos e vice-versa. Portanto estas linhas telefônicas verdes previnem que os insetos compitam de maneira não-intencional pela mesma planta.
Ocorre que os insetos subterrâneos também podem se comunicar com terceiros via biofone, ou seja, o inimigo natural das lagartas: vespas parasitas. Os elementos químicos emitidos pelas folhas dão às vespas informação sobre a ocupação de diferentes plantas. Já que as vespas parasitas põem seus ovos dentro de insetos que vivem sobre a terra, elas se terão melhores chances se pousarem em plantas não ocupadas pelos comedores de raízes.
***
Hum... eu tbm adoro folhas

Escassez trava biocombustíveis

A escassez de produção alimentar e a explosão dos preços associada está a obrigar muitos responsáveis políticos a repensar a aposta nos biocombustíveis como solução energética e ambiental de futuro, pelo menos no quadro actual.


Ontem(29/04) foram os próprios Estados Unidos, cuja aposta no bioetanol já é vista como um contributo para a subida dos preços alimentares, facto que vem sendo reclamado por muitas ONG’s e organismos internacionais – como a Comissão Europeia. “Tem havido, aparentemente, algum efeito [nos preços], uma consequência indesejada do esforço alternativo nos biocombustíveis”, reconheceu Condoleeza Rice, chefe da diplomacia norte-americana. “O debate do etanol pode de facto ser parte do problema e embora acreditemos que os biocombustíveis continuam a ser extremamente importantes, queremos estar seguros de que não estão a produzir um efeito perverso”, acrescentou.

Recentemente, o relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, Jean Ziegler, defendeu mesmo que a conversão geral da agricultura para a produção de biocombustíveis é “um crime contra grande parte da Humanidade, porque está a perturbar e muito os preços dos alimentos”. Outros problemas a fazer disparar os preços são a distribuição alimentar em zonas de conflito, como o Sudão, e os tectos à exportação impostos por países como a China.

Os biocombustíveis vinham sendo apresentados como o petróleo verde, que reduz dependência energética de zonas de conflito e combate alterações climáticas reduzindo o CO2. Mas com a actual tecnologia – que permite a extracção apenas de bens alimentares como o milho –, este processo precisa de muito terreno arável para produzir matéria suficiente para ser relevante a nível energético. Para muitos agricultores este novo mercado é um ‘el dorado’ porque representa um mercado bem mais estável e rentável, mas isso afasta produção agrícola destinada à alimentação e à produção animal. É essa escassez, aliada à especulação, que tem feito disparar os preços em todo o mundo. Na Europa, os líderes europeus comprometeram-se com uma meta de 10% de biocombustíveis no total do consumo energético para os transportes até 2020. Mas a Europa apenas consome 2% do seu terreno para os biocombustíveis e por isso Bruxelas rejeita qualquer efeito das políticas internas no preço.


Por: Luís Rego


Diário Económico
30-04-2008

Os adultos integram com facilidade visão, som, cheiro, gosto e toque na sua vida do dia a dia mas investigação recente revelou que com as crianças não se passa o mesmo.

Dois novos estudos indicam que as crianças com menos de oito anos apenas utilizam um sentido de cada vez para avaliar o mundo à sua volta.

Estudos anteriores já tinham demonstrado que os adultos podem combinar facilmente, e escalonar por grau de importância, o valor da informação que recolhem através dos sentidos. Por exemplo, um homem a olhar para um tocador de flauta numa sala cheia pode utilizar a visão e a audição para se aperceber do que se passa mas depende mais da visão numa sala cheia de barulho de fundo.

David Burr, da Universidade de Florença, e Marko Nardini, do Birkbeck College da Universidade de Londres, lideraram duas equipas de investigadores para explorar a capacidade das crianças relativamente a esta situação.

O grupo de Burr pediu a crianças entre os cinco e os dez anos de idade e a a adultos para determinarem qual de dois blocos era mais alto. Enquanto tomavam as suas decisões, os dois grupos podiam tocar ou olhar para os blocos ou ambos. A equipa relata que os adultos e as crianças com mais de oito anos desempenhavam melhor esta tarefa quando podiam usar ambos os sentidos. A sua capacidade decaía quando apenas usavam um deles.

Já as crianças com menos de oito anos não mostravam esta diferença. O seu desempenho era praticamente igual tivessem a visão, o toque ou ambos para trabalhar.

“Há muito que sabemos que com a passagem da infância para a idade adulta os sentidos melhoram individualmente em rigor mas agora parece que aprender a integrar os sentidos é tão importante como melhorá-los individualmente", diz Nardini, autor do segundo estudo.

Nardini e os seus colegas deram a 28 crianças com idades entre os quatro e os oito anos a tarefa de devolver um objecto ao seu local original numa arena. A arena estava completamente às escuras, excepto três marcadores florescentes na orla, em forma de lua, relâmpago e estrela.

As crianças tinham que jogar um jogo: tinham que apanhar um foguetão de brinquedo e andar pela sala para o abastecer de combustível a brincar, recolher um extraterrestre de brinquedo como passageiro e fazer uma contagem decrescente para a partida. No fim tinham que devolver o foguetão ao local onde o tinham encontrado. Toda a experiência foi repetida com 17 adultos a quem deram as mesmas instruções.

Os adultos trouxeram o foguetão de volta ao local de origem com uma margem de cerca de 26 centímetros, enquanto as crianças tinham menos de metade desse rigor. Mas as coisas tornaram-se mais interessantes quando houve acções para confundir os sentidos dos participantes.

Num caso, os investigadores desligaram as luzes marcadoras, forçando os participantes a depender apenas do seu sentido de orientação interno no escuro. Noutro caso, os participantes foram colocados numa cadeira rotativa (descrita como uma 'cápsula espacial') antes de puderem devolver o foguetão, forçando-os a depender exclusivamente dos marcos visuais.

Os adultos portaram-se pior em ambos os casos, ficando reduzidos a praticamente a mesma capacidade que as crianças mas as crianças não mostraram qualquer redução na sua capacidade quando lhes eram negados os pontos de referência ou o sentido de orientação. Ter um ou outro era tão eficaz como ter ambos.

“Esta é uma forma nova e muito inteligente de explorar a capacidade das crianças para integrar informação", diz a psicóloga do desenvolvimento cognitivo Virginia Slaughter, da Universidade de Queensland em Brisbane, Austrália. Os resultados sugerem que as crianças não integram mas alternam entre as fontes de informação, diz ela.

Os resultados podem ajudar a explicar algumas situações vulgares na infância. “As crianças perdem-se muito facilmente", salienta Nardini. “Podem existir muitas razões para isso mas uma delas pode muito bem ser esta incapacidade de integrar a informação."

Fonte: Simbiotica

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Provada ligação entre sentidos e memória

Amarelo da cor do mar



Essa foto foi tirada em Camaçari, litoral da Bahia. No Portal do Meio Ambiente há mais imagens do local. Jaelson Castro, autor do texto que está no site, acredita que a macha seja causada pelo enxofre emitido pela Cristal Global, empresa saudita que atua na área química e petroquímica. Segundo reportagem do jornal Bahia Norte, há 40 anos a praia do Arempebe abriga indústrias que liberam substancias químicas no oceano.

(Thaís Ferreira) - Blog da Terra

Eles concentraram a energia solar



A empresa americana SUNRGI anunciou uma inovação que promete tornar mais competitivas as células solares, que transformam luz do sol em energia elétrica. Segundo a empresa, o novo sistema pode deixar o preço da energia solar tão baixo quando o da eletricidade gerada por termelétricas a carvão.

O segredo do novo sistema, batizado de XCPV (Xtreme Concentrated Photovoltaics), ou fotovoltaicas extremamente concentradas, é fazer a luz do sol se concentrar em um ponto, e gerar mais calor, com mais eficiência. Para isso, a empresa desenvolveu um conjunto de lentes que concentram a luz do sol. O princípio é o mesmo daquela lupa que você usava para concentrar a luz do sol em um ponto e queimar papel ou carbonizar formigas incautas. O vídeo abaixo explica tudo. Segundo a SUNRGI, o sistema pode concentrar o equivalente a 1.600 vezes a energia que vem do sol em células solares eficientes.

"Esperamos que o sistema XCPV esteja disponível para aparelhos de uso doméstico e industrial em 12 a 15 meses", diz Robert Block, co-fundador e diretor da SUNRGI.

(Alexandre Mansur) - Blog da Terra


Desertos oceânicos estão em expansão

Os desertos oceânicos pobres em oxigénio nos oceanos tropicais expandiram-se nos últimos 50 anos, de acordo com novas medições.

A causa mais provável desta situação é o aquecimento global e os modelos climáticos prevêem que a tendência continue, potencialmente ameaçando todos os ecossistemas marinhos.

A descoberta diz respeito a uma camada do oceano conhecida por zona de oxigénio mínimo, onde as concentrações de oxigénio dissolvido são particularmente baixas. O novo estudo mostra que esta zona se tem expandido tanto para cima como para baixo, em direcção às camadas adjacentes nas águas tropicais.

Os modelos climáticos prevêem que o aquecimento da superfície do oceano em resultado da actividade humana vai impedir a mistura das águas oceânicas, impedindo o oxigénio dissolvido de se distribuir uniformemente através da coluna de água. Os novos resultados sugerem que este processo já começou.

Investigadores liderados por Lothar Stramma, da Universidade de Kiel, Alemanha, mediram a oxigenação dos oceanos a profundidades entre os 300 e os 700 metros durante uma série de cruzeiros de observação nas regiões tropicais dos três maiores oceanos do mundo. Acrescentaram os novos dados a medidas anteriores de teor de oxigénio para construir uma imagem da tendência dos últimos 50 anos.

O teor total de oxigénio desceu nas três zonas, relata Stramma na revista Science. Regiões do Pacífico leste tropical e Índico norte estão agora classificadas como subóxicas, o que significa que a quantidade de oxigénio desceu o suficiente para ser danosa para o funcionamento dos ecossistemas.

Em águas subóxicas, o azoto não consegue reagir com o oxigénio para formar nitratos biologicamente disponíveis, o que significa que os organismos na base da cadeia alimentar, como o plâncton, não recebem nutrientes suficientes para sobreviver, explica Stramma.

O efeito final sobre ecossistemas comercialmente importantes como os onde se pesca é difícil de prever, acrescenta ele. "Existem muitos mecanismos complicados envolvidos que precisamos de compreender melhor para poder fazer previsões para o futuro. Os nossos resultados são apenas um início para que possamos, um dia, dizer que alterações em biogeoquímica, biologia e pescas podemos esperar."

Qualquer efeitos sobre as pescas devem ser indirectos, porque estas zonas com baixo teor de oxigénio estão longe das águas costeiras onde ocorre a maioria da pesca comercial, sugere Andrew Solow, director do Marine Policy Center do Woods Hole Oceanographic Institution de Massachusetts. "Não sei de muitas práticas de pesca a decorrer entre os 300 e os 700 metros no oceano tropical."

Estes desertos subaquáticos não devem ser confundidos com as 'zonas mortas' criadas nas águas costeiras, a mais famosa delas localizada no Golfo do México, pelas escorrências de fertilizantes ricos em azoto, acrescenta Solow. As águas costeiras perdem o seu oxigénio em resultado de explosões de crescimento de fitoplâncton, que, ao morrer, fornecem alimento a bactérias que absorvem todo o oxigénio. Este processo é conhecido por eutrofização.

"É um tendência muito preocupante", comenta Laurence Mee, director do Marine Institute da Universidade de Plymouth, Reino Unido. "É mais uma peça na argumentação de que é preciso fazer algo acerca das alterações climáticas."

Mee concorda que é bastante difícil dizer se, ou quanto, o declínio de oxigénio vai afectar os ecossistemas, incluindo os importantes economicamente. Se as zonas de baixo teor de oxigénio se estenderem para mais perto da superfície, podem atingir as águas baixas e banhadas pelo Sol, onde muitas espécies valiosas vivem. "Quando se começa a perturbar a cadeia alimentar, surgem muitos efeitos dominó de que ainda não nos apercebemos."

Gregory Johnson, membro da equipa de investigadores e da National Oceanic and Atmospheric Administration de Seattle, diz que a equipa tenciona realizar mais medições, para perceber se as zonas de baixo teor de oxigénio se estão a expandir pelos oceanos ou se se estão a expandir para cima e para baixo na coluna de água.

Fonte: Simbiotica

Aquecimento ameaça vida selvagem antárctica

Misturar os oceanos para reduzir o aquecimento global

Águas mais quentes podem fazer o planeta rodar mais depressa

Correntes oceânicas no Atlântico norte mostram sinais de enfraquecimento


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Aves comportam-se como soldados na defesa do grupo

(Andy Radford)Tal como os soldados numa zona de combate, as aves criaram um sistema de sentinelas para garantir que os companheiros permanecem seguros e livres de ataques.

Cantando uma 'canção de vigilante', a ave Turdoides bicolor diz ao seu grupo que podem continuar a procurar alimento em segurança no deserto africano do Kalahari.

Este é um dos raros exemplos de comportamento verdadeiramente altruísta em aves, diz Andy Radford, da Universidade de Bristol no Reino Unido. "O comportamento não egoísta da sentinela é, provavelmente, recompensado algures mais à frente. É um cenário em que todos ganham."

Estas aves vivem em grupos de seis ou sete, uma das quais age como sentinela em busca de predadores no deserto, como mangustos, águias ou cobras.

Tal como os soldados quando em serviço de sentinela em território hostil se mantêm em contacto regular com os companheiros, a ave sentinela canta uma canção característica que assegura a todos que tudo vai bem.

Isto deixa o resto do grupo livre para se focar na descoberta de alimentos, como escorpiões e pequenas cobras enterrados debaixo da superfície da areia.

A equipa de Radford observou uma população de estudo composta por 12 a 20 grupos de aves que vivem no deserto do Kalahari, sul de África. Demonstraram que a canção da sentinela permitia aos grupos capturarem mais alimento.

Radford refere: "Estes resultados são muito entusiasmantes e apontam para um excelente exemplo de verdadeira cooperação. O comportamento altruísta da sentinela deve ser recompensado pelo aumento da sobrevivência dos companheiros de grupo, o que leva ao aumento da dimensão do grupo. Esta situação aumenta as probabilidades de sobrevivência da sentinela quando o grupo está sob ataque ou quando tem que repelir rivais do seu território."

Ainda que vivam na natureza, os grupos destas aves que participaram no estudo foram treinados para voar para os investigadores em resposta a um assobio e a pesarem-se a si próprios numa pequena balança.

Os observadores podem andar a poucos passos das aves para observar o seu comportamento e analisar o tipo de presas que capturam. O último estudo mostrou que as aves em busca de comida apenas reagem à canção da sentinela, mesmo que não estejam a ver a ave num ramo de árvore perto.

Em resposta à passagem de gravações da canção da sentinela, os animais em busca de alimento passam menos tempo em busca de predadores, olharam para cima menos vezes, espalharam-se mais e passaram mais tempo em campo aberto.

Isto significa que dispuseram de mais tempo para procurar alimento, têm menos probabilidade de deixar fugir uma presa, têm mais áreas para a busca e menor probabilidade de encontrar uma área que já tenha sido limpa.

Em consequência de todas estas alterações de comportamento, as aves têm maior sucesso na busca de alimento.

O estudo, financiado pelo Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), foi agora publicado na revista Current Biology.

"A tomada de decisão em resposta a dicas sonoras é um comportamento importante nas aves sociais e ao estudá-lo podemos descobrir muito mais acerca da forma como diferentes grupos de animais desenvolveram a utilização da linguagem", diz Radford. "Agora estamos a investigar se as sentinelas são diferentes relativamente à sua confiabilidade e de que forma isto pode influenciar o comportamento dos seus colegas de grupo."

Fonte: Simbiotica

Saber mais:

BBSRC

Universidade de Bristol

Será este um mundo 'chimpanzé ajuda chimpanzé'?

Dentada de dragão do Komodo mais fraca que de gato

O maior lagarto vivo, o temido dragão do Komodo, tem uma dentada mais fraca que a de um gato doméstico, revelaram os investigadores.

Ainda que se saiba que são capazes de matar presas muito maiores que eles próprios, os dragões do Komodo dependem dos seus dentes afiados como facas, poderosos músculos do pescoço e uma estrutura do crânio que lhes permite subjugar as presas, revela o novo estudo.

Usando modelos de computador, investigadores da Universidade da Nova Gales do Sul na Austrália, analisaram um exemplar de dragão do Museu Australiano em Sydney. Medindo as forças e a composição do crânio do lagarto, os investigadores descobriram que a sua mandíbula não está concebida para esmagar.

"A dentada é incrivelmente fraca para um lagarto deste tamanho, menos do que se esperaria de um vulgar gato doméstico", diz Stephen Wroe, um dos autores do estudo publicado na revista Journal of Anatomy.

Se um Komodo tentasse esmagar a presa entre as mandíbulas, como fazem os crocodilos, "partia o próprio crânio".

O dragão de Komodo, um tipo de lagarto monitor, pode crescer até aos 3 metros de comprimento e é nativo das ilhas indonésias de Komodo e Flores. Classificado como espécie vulnerável pela World Conservation Union, permanecem no estado selvagem entre 4 e 5 mil lagartos.

Apesar da sua dentada infeliz, dizem os investigadores, o Komodo tem outras características físicas que lhe permitem, ainda assim, ser um predador muito capaz.


"O que é realmente interessante é que tem um crânio muito leve e uma mandíbula fraca mas tem uma forma óptima no arranjo e no material", diz Wroe. Comparando o crânio do lagarto à estrutura de uma ponte, Wroe diz que a sua estrutura usa o mínimo de material para resistir a forças.

O modelo de computador mostrou que a densidade do crânio varia. Algumas secções são de osso esponjoso, o que lhes dá uma elasticidade que lhes permite (como as cobras) abrir mais a boca. Também fornece apoio para os dentes aguçados e serrilhados.

"Este sistema parece perfeitamente adaptado a morder e puxar, coisa que exige menos força do que se apenas mordesse mas não puxasse", diz Wroe. Manobrando os dentes afiados, crânio fraco e fortes músculos do pescoço de forma concertada, o Komodo "usa a cabeça como um abre-latas". "Abre enormes feridas traumáticas e a presa morre de perda de sangue."

É este método preciso de matar, conhecido por alimentação por inércia, que permite aos lagartos abater presas de grande dimensão, incluindo porcos selvagens, veados e búfalos. "É uma forma mais eficiente de matar animais grandes que a de um felino", diz Wroe.

As descobertas confirmam o que os zoólogos já sabem sobre o comportamento do Komodo, diz Peter Harlow, especialista em répteis do jardim zoológico de Taronga em Sydney.

"Podemos usar a mesma tecnologia em animais que já não existem", diz a principal autora do estudo, Karen Moreno, também da Universidade da Nova Gales do Sul. Os investigadores estão agora a trabalhar na análise da dentada do ancestrais do Komodo: dinossauros como o Allosaurus e o Giganotosaurus.

Fonte: Simbiotica

Saber mais:

Nascimentos virgens de dragões espantam zoológicos

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Praia, sol e carvão

Fontes limpas de energia, como a eólica e a solar, ganham espaço diante das preocupações com o planeta. Enquanto isso, o Brasil está prestes a dar um passo para trás com a instalação de uma termelétrica de carvão mineral, no Ceará. O carvão mineral é uma das fontes de energia que mais poluem, pois liberam grande de CO2 na atmosfera.

A Defensoria Pública do Ceará recorreu a uma Ação Civil Pública para anular a construção da termelétrica. Segundo o autor da ação, Thiago Tozzi, o estudo de análise dos impactos ambientais que a usina causaria tem várias falhas que podem impedir o início das obras. Ele afirma que não foi apresentada uma solução para o grande problema do uso de carvão
mineral, que é a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.

A ação contesta que o estudo não considerou alternativas ao carvão mineral, como o gás natural que é menos poluente. Além disso, o estudo, aprovado pela Secretaria de Meio Ambiente do Ceará, foi encomendado e pago pela própria empresa da termelétrica, a MPX.

Tozzi disse ao jornal O Povo que a escolha do carvão mineral segue apenas à lógica de redução de
custos e não considera os danos ao meio ambiente e comunidades. A ação foi elaborada depois que cidadãos procuraram Tozzi. “A população está apreensiva com o empreendimento” disse.

As obras da termelétrica estão previstas para começar em maio.

(Thaís Ferreira) Blog do Planeta

Ele vai voar cinco anos sem pousar

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos está pesquisando aviões-robôs com turbinas movidas a energia solar. A iniciativa, batizada de Projeto Gavião, pretende desenvolver novos aviões-espiões. Três empresas estão aprimorando seus projetos: a Boeing, a Lockheed e a Aurora Flight Sciences. Esta última divulgou recentemente seu projeto. O avião Odysseus (na imagem acima) ainda é bastante misterioso. Suas longas asas podem se dobrar. Com isso, os painéis solares podem mudar de ângulo e aproveitar o máximo de luz solar, mesmo no nascer e no por do
sol, voando em linha reta. Saiu no EcoGeek.

(Alexandre Mansur) - Blog do Planeta

Como Funciona

Canal com informação multimédia sobre os princípios basicos das ER's.

Neste canal poderá encontrar animações com informação sobre os princípios básicos que estão por detrás do funcionamento de diversos tipos de Energia Renovável. Basta carregar nas imagens e aguardar uns segundos. Depois é só navegar com os botões e setas.

Animação: Como funciona: a Energia Eólica Como funciona: a Energia Eólica


Resumo: Animação com princípios fundamentais da energia eólica e principais sistemas de conversão.
Tamanho: 4.909 KB

Animação: Como funciona: a Energia Geotérmica Como funciona: a Energia Geotérmica


Resumo: Animação com princípios fundamentais da energia geotérmica e principais aplicações.
Tamanho: 757 KB

Animação: Como funciona: a Energia das Ondas Como funciona: a Energia das Ondas


Resumo: Princípios fundamentais da energia das Ondas, e principais protótipos e sistemas de aproveitamento

Tamanho: 399 KB

Animação:  Como funciona: o Fotovoltaico Como funciona: o Sol


Resumo: Dados principais sobre a nossa estrela: O Sol. O princípio de "funcionamento", a sua composição e outras informações.

Tamanho: 82 KB

Animação:  Como funciona: o Fotovoltaico Como funciona: o Fotovoltaico


Resumo: Princípio de funcionamento do módulo fotóvoltaico (princípio fotoeléctrico). Componentes e funcionamento básico de um sistema fotovoltaico.

Tamanho: 114 KB

Animação: Como funciona: um Colector e um Sistema Solar Térmico Como funciona: um Colector e um Sistema Solar Térmico


Resumo: Principais tipos de colectores solares e suas componentes. Princípios de funcionamento dos colectores solares e dos sistemas solares térmicos.

Tamanho: 150 KB

Animação: Como funciona: a Energia Hídrica Como funciona: a Energia Hídrica


Resumo: A fonte da Energia da Hídrica: O Ciclo da Água. Princípios de funcionamento das centrais hídricas (Grande Hídrica e Minihídricas).

Tamanho: 193 KB

Animação:  Como funciona: uma Fuel Cell Como funciona: uma Fuel Cell


Resumo: Princípio de funcionamento de uma Fuel Cell (Pilha de Combustível).

Tamanho: 23 KB

Para visualizar estes exemplos é necessário ter o flashplayer instalado, se não tem carregue aqui:
Get Macromedia Flash Player

Fonte: Portal das Energias Renováveis

Cidade Renovável







Esta é a área do nosso Portal dirigida especialmente ao público mais pequeno...



Neste espaço poderás encontrar a Cidade Renovável, um lugar imaginário
algures na Terra, onde as fontes de energia são o Sol, o Vento, as
Ondas e outras Energias Renováveis, é vai ser visitado por um amiguinho
muito especial!



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Fonte: Portal das Energias Renováveis

Painéis solares cobrem edifício nas traseiras da Casa da Música

O edifício que está a ser construído nas traseiras da Casa Música, na Boavista, Porto, vai acolher a nova sede da EDP no Norte, apresentando "características inovadoras na área energética". Telas de ensombramento das fachadas com capacidade para captação fotovoltaica, painéis de aquecimento solar e energia eólica na cobertura são elementos que vão marcar o imóvel, numa óptica de "auto-suficiência".

Os painéis colocados nas fachadas deverão rodar de acordo com a orientação solar, emprestando um aspecto original ao edifício, cuja inauguração está prevista para o início de 2010, de acordo com as previsões da EDP.

"O objectivo é a auto-suficiência energética, prevendo-se que a nova sede Norte venha a ser o primeiro edifício com classificação energética superior", acrescenta a informação da EDP.

Chegou a estar prevista a implantação da sede do BPN naquele imóvel, mas o edifício será, então, a sede da EDP. Rui Costa, responsável da Adicais, promotora do empreendimento, explicou que está a ser negociada com a instituição bancária a sua instalação num edifício do mesmo quarteirão (gaveto da Avenida da Boavista com a Rua de 15 de Novembro), que até já está pronto.

Sete pisos acima do solo

Na nova sede Norte do grupo "irão trabalhar cerca de 700 trabalhadores administrativos". "A concentração de serviços num único edifício permite libertar alguns dos 27 imóveis que o grupo ocupa actualmente na cidade do Porto", explica a empresa.

O edifício (um dos dois que compõem o imóvel que tanta polémica deu por causa das vistas do janelão das traseiras da Casa da Música) tem sete pisos acima do solo (seis de escritórios, com 10 mil metros quadrados, e um de comércio, com 1500 metros quadrados) e dois pisos subterrâneos, com 250 lugares para estacionamento, zonas de arquivo e áreas de armazenamento.

Voltado para a Avenida da Boavista e para a Casa da Música (cuja imagem poderá reflectir-se nos painéis solares), o prédio terá um "auditório com características técnicas inovadoras", entre outras valências para a criação de "bom ambiente de trabalho".

Os trabalhadores da EDP terão direito, então, a espaços de ambiente anti-stress, designadamente SPA, ginásio, salas de leitura, de audiovisual e zonas de restauração, entre outros.

Vizinhança por definir

"A qualidade e inovação urbanística do imóvel [o projecto é do arquitecto Ginestal Machado], bem como a localização central e junto a um equipamento cultural de referência garantem o reforço da visibilidade e do prestígio da marca EDP", acredita a empresa.

Ainda não está definido quem ocupará o outro edifício nas traseiras da Casa da Música, que ficará ligado por uma pala e uma cave à sede do EDP. Esta configuração dos dois edifícios foi a solução encontrada para manter sem barreiras o janelão das traseiras do equipamento cultural.

Por: Hugo Silva - 27-04-2008


Jornal de Notícias

Para onde foram as focas?

A última salva foi disparada numa rancorosa batalha sobre a causa dos abruptos declínios dos mamíferos marinhos do norte do Pacífico.

Já em 2003, Alan Springer, da Universidade do Alasca, Fairbanks, tinha proposto que a caça à baleia comercial tinha forçado as orcas (que se alimentavam de baleias) a mudar para outro tipo de presas. Isto, argumentava ele, desencadeou um colapso sequencial da megafauna, pois as orcas primeiro devoraram as focas vitulinas, depois passaram para as focas peludas, para os leões marinhos de Steller e finalmente para as lontras marinhas.

Esta teoria criou grande controvérsia, em parte porque ia fortemente contra o pressuposto anterior de que o declínio dos stocks pesqueiros eram os responsáveis pela situação, levando a restrições à pesca na região.

Outros dizem que há poucas evidências que as orcas alguma vez tivessem dependido das grandes baleias como base da sua dieta. “Pessoalmente eu não acredito que os dados apoiem a hipótese de que as grandes baleias eram presa principal das orcas", diz Douglas DeMaster, perito em mamíferos marinhos da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) de Seattle, Washington.

DeMaster, e outros, também diz que os declínios em mamíferos marinhos não foram sequenciais. "Não digo que foram exactamente simultâneos mas para mim é claro que foram concomitantes", diz O investigador da NOAA Paul Wade. Por isso, não eliminam a hipótese de a falta de peixe ser a causa do declínio.

No início deste ano, DeMaster publicou um artigo onde descreve causas antropogénicas, principalmente capturas secundárias da pesca comercial e a caça legal e ilegal, responsáveis pelo declínio do número de leões marinhos de Steller.

Dados históricos completos para o declínio destas espécies simplesmente não existem, admitem ambos os lados, o que força os investigadores a usar informações incompletas. Diferentes abordagens estatísticas parecem fornecer respostas diferentes sobre se os mamíferos marinhos caíram um após outro ou ao mesmo tempo.

"Não tomo partido neste debate", diz Ian Boyd, um perito em mamíferos marinhos na Universidade de St Andrews. "O que ambos os lados precisam de fazer é sentar-se e chegar a um consenso acerca dos dados que devem ser analisados para que se possa decidir entre as hipóteses. Com a agrimónia actual é que não se vai a lado nenhum."

O último trabalho de Springer fornece uma ideia do que fazer a seguir, o que é bom, diz DeMaster. Salienta que como a população de baleias cinzentas deve recuperar por não haver caça à baleia, as orcas podem voltar a preferi-las às focas, o que apoiaria a hipótese de Springer.

Entretanto, a Acta das Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos diz que a NOAA deve continuar a ter uma abordagem cautelosa, agindo de forma a restringir a pesca, mesmo que esta não de certeza a culpada pelo declínio dos mamíferos marinhos, diz DeMaster.

“Passaram mais de quatro anos desde que esta teoria foi publicada e ficámos espantados e desolados com a forma como ela polarizou um segmento da investigação e gestão das comunidades da zona", dizem Springer e os seus colegas num novo artigo. “Muito do que foi escrito até à data foi acusatório, não se tentando encontrar terreno comum ou uma forma de avançar em direcção a uma melhor compreensão da situação."

Os mamíferos marinhos sofreram um declínio abrupto no Pacífico norte. No intervalo 1970 a 2000, o número de leões marinhos de Steller na região reduziu-se em 80%, de acordo com o National Research Council americano. Declínios semelhantes foram registados nas focas vitulinas, peludas e lontras marinhas.

Enquanto muitos culpam factores múltiplos, incluindo o declínio dos stocks de peixe e caça, Springer aponta algumas evidências que não encaixam nesta teoria. As presas dos leões marinhos eram abundantes em muitas áreas onde eles estavam em declínio e as aves marinhas que se alimentam das mesmas espécies parecem estar bem.

A análise de Springer também mostrou que as populações de mamíferos tinham entrado em declínio de forma sequencial, com o número de focas vitulinas a cair no final da década de 70, os leões marinhos no final da década de 80 e as lontras marinhas no início da década de 90. Um declínio simultâneo seria de esperar se todos estes mamíferos fossem afectados pela mesma falta de alimento.

Para Springer, a predação parecia um culpado mais provável. Ele salienta que entre 1949 e 1969 os baleeiros capturaram mais de 62 mil baleias no Pacífico norte. Para os cerca de 10% de orcas que se alimentam de mamíferos em vez de peixe, o prato fico vazio. Springer propôs que este facto as teria levado a mudar de presa, de baleias para uma dieta à base de saborosas focas.

Fonte: Simbiotica

Saber mais:

Orcas fazem ondas para caçar

Orcas são os animais árcticos mais contaminados

Orcas do Alaska vão receber protecção

terça-feira, 29 de abril de 2008

Saint-Gobain em Vila Franca faz vidro para energia solar

Covilis, participada portuguesa da vidreira Saint-Gobain, vai anunciar hoje um investimento de 20 milhões de euros na sua unidade de Vila Franca de Xira, um projecto que recebeu o estatuto de PIN (Potencial Interesse Nacional).


A Covilis, participada portuguesa da vidreira Saint-Gobain, vai anunciar hoje um investimento de 20 milhões de euros na sua unidade de Vila Franca de Xira, um projecto que recebeu o estatuto de PIN (Potencial Interesse Nacional).

A unidade irá produzir espelhos curvos de alto rendimento destinados ao mercado da energia solar (CSP - Concentrate Solar Power), segundo informação divulgada pelo Ministério da Economia e Inovação.

Ou seja, a unidade irá produzir espelhos para aproveitar e concentrar a luz do sol, ficando a fábrica implantada nas actuais instalações da Covilis, que serão ampliadas em 12 mil metros quadrados, totalizando 20 mil metros quadrados de área. Será a maior (e única) fábrica de espelhos cilíndricos do mundo, com uma capacidade superior a cinco campos solares. O projecto inclui ainda o aumento da capacidade de produção de vidro temperado destinado a painéis térmicos e fotovoltaicos.

Por: Alexandra Noronha


Diário de Negócios

Terapia génica melhora visão em rapaz inglês

Um rapaz de 18 anos que estava a perder a visão melhorou com a ajuda de uma operação pioneira feita no Hospital Oftalmológico Moorfields. Os investigadores londrinos usaram terapia génica para regenerar as células que estavam a morrer no olho direito de Steven Howarth, de forma a que ele possa agora andar confiantemente sozinho em locais escuros.

Steven, de Bolton, é a terceira pessoa que sofreu esta operação e os médicos esperam que os resultados melhorem ainda mais no futuro.

Antes da operação ele quase não via à noite e eventualmente perderia totalmente a visão. A sua doença, conhecida por amaurose congénita de Leber, deve-se a um gene defeituoso que faz com que as células da retina estejam mal formadas e degenerem ao longo da vida.

Mas através de uma operação delicada, cirurgiões do Moorfields injectaram cópias do gene na retina de Steven e, após alguns meses, foram detectadas melhorias. Ainda assim, Steven não se apercebeu destas alterações até ultrapassou facilmente um labirinto mal iluminado criado para testar a sua visão.

Robin Ali, do Instituto de Oftalmologia e que liderou o teste, refere: "Estes resultados apenas após três operações é absolutamente fantástico. Não me lembro da última vez que estive tão entusiasmado com a nossa ciência e com o que podemos alcançar com ela."

A operação deu a Steven a confiança para testar a sua melhorada visão nocturna nas ruas perto de sua casa em Bolton. Antes ele apenas era capaz de ver luzes brilhantes de carros e prédios mas, para seu espanto, descobriu que pela primeira vez conseguia ver as fendas nos passeios e os sinais no chão.

James Bainbridge, o cirurgião que realizou a operação, comenta: "É imensamente compensador ver como este novo tratamento pode ter tal impacto na qualidade de vida de uma pessoa."

Ainda há espaço para melhorias mas sem a operação era certo que Steven perdesse a visão completamente, perspectiva que o deprimia. "Quando pensava nisso sentia-me mesmo mal mas agora sinto que foi um peso que me retiraram das costas."

Até agora, a terapia génica não melhorou a visão dos outros dois pacientes que a receberam mas pode ajudar, pelo menos, a impedir que sua visão continue a desaparecer.

Robert Johnson foi o primeiro a submeter-se a esta operação, em Maio de 2007, e revela-se satisfeito com estes resultados. "Fico muito feliz, pela equipa de investigadores e cirurgiões, devido ao trabalho que tiveram até agora. Quanto a mim, fico feliz de continuar com o que já tinha, um nível de visão que me permite ser independente."

Ali diz que a equipa espera vir a tratar crianças no futuro: "O próximo passo é aumentar a dose do gene, o que esperamos melhore o resultado, e tratar pacientes mais jovens, com melhor visão residual e onde esperamos vir a fornecer maiores benefícios."

Ainda que a doença genética tratada com esta operação seja rara, os investigadores acreditam que a técnica pode ser usada para tratar uma grande variedade de problemas de visão, possivelmente até a perda de visão associada com o envelhecimento.

Bainbridge acrescenta: "Isto é só o início. O que demonstrámos até agora foi só o princípio de que a terapia génica pode ser usada no tratamento de uma doença genética em particular."

A investigação, que tem sido financiada pelo departamento de Saúde inglês e foi publicada na revista New England Journal of Medicine.

Fonte: Simbiotica

Blog da Terra