domingo, 10 de agosto de 2008

Aquecedor ecológico construído no Paraná reaproveita 100 quilos de plástico

Foi instalado esta semana no município de Palmas, no Paraná, o maior aquecedor ecológico já construído no Brasil. Foram utilizadas 3,3 mil embalagens para a montagem, sendo 1,8 mil garrafas PET e 1,5 mil embalagens longa-vida. As garrafas utilizadas na montagem representam o reaproveitamento de aproximadamente 100 quilos de plástico.

A coordenação do projeto é da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, aproveitando um sistema criado pelo catarinense José Alcino Alano. O aquecedor está ajudando a diminuir gastos com o fornecimento de energia elétrica para esquentar cerca de 8 mil litros de água consumidos diariamente no alojamento da 15ª Companhia de Engenharia de Combate do Exército Brasileiro, onde vivem 50 soldados.

O secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, destacou os benefícios desse sistema alternativo de aquecimento. "É uma energia que não traz impactos ao meio ambiente, é limpa. Evita que resíduos que podem ser reciclados ou reaproveitados se acumulem nos aterros, diminuindo a vida útil destes depósitos. E, ainda, quem o utiliza economiza dinheiro, pois seu uso reduz em 35% o valor da conta de luz".

José Alcino Alano conta que desde 2004, recebe apoio do Programa Desperdício Zero, da Secretaria do Meio Ambiente, para divulgar sua obra, registrada como projeto-livre. "É livre porque pode ser reproduzido sem finalidades comerciais, apenas para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida daqueles que precisam", explicou.

O Paraná já possui cerca de 6 mil aquecedores, mas segundo o coordenador do Desperdício Zero, Laerty Dudas, esse número pode ser maior, pois são ministradas oficinas que formam muitos multiplicadores. "O projeto caminha sozinho". Os aquecedores estão sendo muito usados também para aquecer água para lavar galões de leite, além de dar banho nos animais.

Segundo Alano, para construir um aquecedor com capacidade para esquentar a água para banho de quatro pessoas, são utilizadas 240 garrafas PET e 200 embalagens longa vida, além de canos e conexões de PVC. Esses números levam o secretário Rasca Rodrigues a contabilizar que nos seis mil sistemas já existentes no estado, evitou-se que pelo menos 1,2 milhão de garrafas PET e quase 1,5 milhão de embalagens longa-vida fossem direcionadas aos aterros.

Dados da coordenadoria de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente mostram que de cada 100 garrafas PET comercializadas no Paraná, apenas 15 são recicladas . Já o consumo de embalagens longa-vida chega a 400 milhões de unidades por ano, das quais 240 milhões são lançadas no meio ambiente, causando forte impacto ambiental.

José Alcino Alano, responsável também por um projeto em Santa Catarina, feito com 1,7 mil garrafas, explica como são construídos os aquecedores, conhecimento que é repassado nas oficinas que formam os multiplicadores. "O sistema é o mesmo dos aquecedores solares produzidos industrialmente. A diferença é o material utilizado para montar o painel que aquece a água: garrafas PET, embalagens longa-vida e alguns metros de canos de PVC".

Primeiro é preciso recortar as garrafas e caixas que irão formar o painel, depois pintar de preto os canos e embalagens longa-vida que irão absorver energia solar e transformá-la em calor. As garrafas envolvem os canos por onde passa a água e mantêm o calor através de efeito estufa. A água sai da caixa d'água em temperatura ambiente, passa pelo sistema, eleva a sua temperatura e volta para a caixa. Após seis horas, em média, nesse ciclo constante, a água pode chegar a uma temperatura de até 38 graus Celsius no inverno, e mais de 50 no verão.
(Fonte: Lúcia Norcio / Agência Brasil) - 26 de Julho de 2008

Cientistas dos EUA criam câmera no formato de olho

Olho eletrônico (foto: J.Rogers/Uiuc)
Os cientistas usaram uma câmera côncava de 2 cm para tirar fotos melhores
Cientistas americanos dizem que desenvolveram uma câmera com o formato de um olho que pode revolucionar a fotografia digital e levar ao desenvolvimento de um olho biônico com um modelo próximo ao do órgão humano.

Em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores dizem que solucionaram o antigo problema de como colocar componentes microeletrônicos em uma superfície curva para imitar a retina no olho humano, sem quebrá-los.

Os pesquisadores desenvolveram um material que forma uma espécie de malha flexível composta de pequenos quadrados que abrigam fotodetectores e componentes eletrônicos. Os quadrados são interligados por cabos que têm o equivalente a 1/100 da espessura de um fio de cabelo humano.

Parte do sucesso do artefato construído se deve à miniaturização de fotodetectores e elementos dos circuitos.

Os cientistas desenvolveram uma câmera de 2 centímetros de largura com uma única lente e um sistema de detecção de luz côncavo.

Curvatura

Segundo os pesquisadores americanos, a tecnologia pode dar ensejo a uma nova geração de câmeras com imagens mais nítidas.

"Os olhos dos animais não são assim (planos), a retina é curva", disse o líder da pesquisa, John Rogers, da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos.

"Esta curvatura permite aos animais verem o mundo sem distorção - ao contrário de imagens produzidas com câmeras, que perdem o foco na periferia."

Sobre a possibilidade de um olho biônico, os pesquisadores afirmam que, para se ligar uma câmera ao cérebro humano para restaurar a visão, são necessárias mais pesquisas.

No futuro, contudo, eles esperam que estas membranas eletrônicas possam ser colocadas em volta de órgãos humanos e usadas para monitorar seu estado de saúde, dizem os cientistas.


Fonte: BBC Brasil - 07 de agosto, 2008

Genoma do homem de Neanderthal é desvendado

Neanderthal (foto: Natural History Museum, London)
Ossadas preservadas ajudam a desvendar mistérios do homem de Neanderthal (foto: Natural History Museum, London)
Pesquisadores na Alemanha dizem que fizeram pela primeira vez um mapa do DNA de um Neanderthal, tido como um parente próximo do homem moderno na evolução das espécies.

Os cientistas esperam que a descoberta possa levar a mais revelações de como o homem moderno evoluiu.

"Pela primeira vez, nós construimos uma seqüência de um DNA antigo que é essencialmente sem erro", disse Richard Green do Instituto Max-Planck para Antropologia Evolucionária, na Alemanha.

O material genético analisado - DNA mitocondrial - foi retirado de um osso de 38 mil anos encontrado em uma caverna na Croácia.

Este tipo de DNA é encontrado fora do núcleo, na mitocôndria, onde a célula gera energia. Como as células podem conter milhares de mitocôndrias, o DNA mitocondrial é mais abundante do que o DNA nuclear e pode ser encontrado em cabelos e em fragmentos de ossos antigos.

Adaptabilidade

A seqüência obtida na Alemanha revelou que o homem de Neanderthal teve menos mudanças evolucionárias do que o homem moderno, tornando-o menos adaptável e precipitando seu desaparecimento.

Acredita-se que o Neanderthal e o homem surgiram de um ancestral comum há mais de 660 mil anos.

Estudos anteriores sugeriram que humanos e Neanderthais não procriaram entre si e os cientistas alemães acreditam que a seqüência genética obtida agora confirma esta teoria.

A relação exata entre homem e o Neanderthal nunca ficou muito clara. Os pesquisadores esperam que diferenças significativas entre os genes de ambos possam indicar o caminho para descobrir o que torna os seres humanos únicos em relação aos outros primatas.

A pesquisa alemã foi divulgada na revista Cell.

Fonte: BBC Brasil - 08 de Agosto

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