sexta-feira, 9 de maio de 2008

Mistérios do código genético do ornitorrinco revelados

Um primeiro rascunho da sequência do genoma do ornitorrinco revelou elementos de réptil e de mamífero e fornece mais evidências quanto à sua posição na árvore evolutiva dos animais.

O ornitorrinco Ornithorhynchus anatinus é uma espécie endémica da Austrália e uma das criaturas mais bizarras da natureza, com um aspecto que faz lembrar algo construído a partir de partes de outros animais.

Este monotrémato semi-aquático é um mamífero venenoso (o único conhecido), ovíparo e com bico de pato, que ocupa um ramo solitário no final de um tronco pouco preenchido da árvore evolutiva dos vertebrados.

Agora, a estrutura do seu genoma revelou novas pistas para a evolução dos mamíferos. “A análise está a começar a alinhar estas estranhas características com a inovação genética", diz Wesley Warren, da Universidade de Washington em St Louis, Missouri, o principal autor da análise do genoma, um projecto internacional gigantesco.

Comparações com os genomas de outros mamíferos vão ajudar a datar o surgimento das características distintivas do ornitorrinco e revelar os acontecimentos genéticos na sua base.

Por exemplo, os mamíferos definem-se por possuírem glândulas mamárias, que nas fêmeas produzem leite. Ainda que o ornitorrinco não possua mamilos, produz leite verdadeiro (líquido rico em gorduras, açucares e proteínas) que os jovens sugam através de uma prega glandular na pele.

A análise mostra que o ornitorrinco tem os genes para a família das proteínas do leite (caseínas), que surgem todos juntos num grupo semelhante ao dos humanos. Este é um sinal de que uma das inovações genéticas que levou ao desenvolvimento do leite ocorreu há mais de 166 milhões de anos e após os mamíferos se terem separado dos répteis sauropsídeos que originaram os répteis e as aves modernos.

Os genes relacionados com os ovos do ornitorrinco oferecem mais pistas. Os embriões desenvolvem-se no útero da mãe durante 21 dias antes de serem expelidos no interior de um ovo com casca tipo cabedal do tamanho de uma unha. Após 11 dias de incubação, os jovens emergem mas sem que os órgãos estejam completamente diferenciados. Como os marsupiais, os jovens ornitorrincos terminam o seu desenvolvimento durante a amamentação.

O ornitorrinco partilha com outros mamíferos quatro genes associados à zona pelúcida, um revestimento tipo gel que facilita a fertilização do óvulo mas também tem dois genes ZPAX que antes apenas se conheciam em aves, anfíbios e peixes. Partilha com a galinha um gene para um tipo de proteína da gema chamada vitelogenina, o que sugere que as vitelogeninas (encontradas apenas em aves e peixes) são anteriores à divergência dos sauropsídeos, ainda que o ornitorrinco mantenha apenas um desses genes e a galinha tenha três.

Outras características que parecem puramente reptilianas afinal desenvolveram-se de forma independente, sugere a análise. Os machos têm esporões carregados de veneno nas patas posteriores, um veneno capaz de matar um animal do tamanho de um cão.


al como o veneno dos répteis, é um cocktail de variações em pelo menos três tipos de péptidos mas as variações surgiram de duplicações de diferentes genes em ornitorrincos e não em répteis modernos. A semelhança do veneno é um exemplo de evolução convergente entre dois tetrápodes.

“Não há nada tão enigmático como um ornitorrinco", diz Richard Gibbs, que dirige o Centro de Sequenciação do Genoma Humano na Faculdade de Medicina Baylor em Houston, Texas. “Temos estes padrões de repetição reptilianos e os genes que evoluíram mais recentemente, como os do leite, e a evolução independente do veneno. Tudo aponta para como a evolução é idiossincrática."

O sexo do ornitorrinco é determinado por um conjunto de dez cromossomas, uma bizarria que o demarca de todos os restantes mamíferos e aves. Estes cromossomas associam-se durante a meiose para formar uma cadeia que garante que todos os espermatozóides recebem todos os X ou Y. Apesar das designações semelhantes, nenhum dos cromossomas X do ornitorrinco se assemelha aos do Homem, cão ou rato.

“Os cromossomas sexuais são absolutamente, completamente diferentes dos de todos os outros mamíferos, o que não esperávamos", diz Jennifer Graves, da Universidade Nacional Australiana em Camberra, que estuda a diferenciação sexual e é uma das autoras do estudo. Em vez disso, os X do ornitorrinco parecem-se mais com os cromossomas Z das aves. Outro cromossoma parece-se com o cromossoma X do rato, diz Graves. Tudo isto são evidências que os cromossomas sexuais dos mamíferos placentários e o gene determinante do sexo Sry (que se encontra no cromossoma Y) evoluíram depois de os monotrématos terem divergido dos mamíferos, muito mais tarde do que se pensava. “Os nossos cromossomas sexuais são um autossoma normalíssimo no ornitorrinco", diz Graves.

Uma equipa liderada por Gregory Hannon, do Laboratório Cold Spring Harbor de Nova Iorque, sequenciou microRNA, que regulam a expressão génica, isolados de seis tecidos de ornitorrinco. Novamente descobriram uma mistura de exemplos de réptil e mamífero. “Temos microRNA partilhados com as galinhas mas não com mamíferos e outros partilhados com os mamíferos mas não com galinhas", diz Hannon. “As características reptilianas do miRNA não são resultado de convergência, a morfologia não precisava de ser reflectida a nível molecular mas neste caso foi."

Adam Felsenfeld, director do Programa de Sequenciação em Larga Escala do Instituo Nacional de Investigação do Genoma Humano de Bethesda, Maryland, diz: “Acho fascinante que as características genéticas do que são agora duas linhagens completamente separadas possam coexistir no genoma de um único organismo."

Cerca de metade do genoma do ornitorrinco contém sequências não codificantes de DNA. Muitas são repetições dispersas, cópias de transposões caracteristicamente abundantes no genoma de outros mamíferos. Em contraste, repetições de sequências muito curtas conhecidas por micro-satélites de DNA são mais raras no ornitorrinco que noutros mamíferos e assemelham-se mais aos répteis, com o balanço dos ácidos nucleicos deslocado para o lado dos pares de bases A–T.

A informação da sequenciação já gerou marcadores genéticos muito úteis no estudo da estrutura populacional do esquivo ornitorrinco na natureza. Diferenças nos elementos repetidos, por exemplo, separam a população da Tasmânia da australiana, e podem ser usadas para melhorar a compreensão da ecologia deste animal enigmático.

Por enquanto não há planos para sequenciar o genoma do seu parente mais próximo do ponto de vista evolutivo, a equidna.

Fonte: Simbiotica

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cientistas descobrem truque que 'abre' laptops

Laptop
Por serem portáteis, laptops são particularmente vulneráveis
Informações encriptadas armazenadas em um laptop são mais vulneráveis do que se pensava, segundo pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Os cientistas descobriram que é possível recuperar dados - inclusive as chaves para decodificar informações encriptadas - dos aparelhos.

Anteriormente acreditava-se que os dados armazenados na chamada "memória volátil" só permaneciam guardados por alguns segundos depois de desligada a máquina, mas os cientistas concluíram que as informações - inclusive as chaves - podem ser recuperadas no período de alguns minutos.

O tempo seria suficiente para que hackers entrassem no computador e recuperassem informações, inclusive as “chaves”.

“Acreditava-se amplamente que ao se cortar a energia do computador a informação na memória volátil iria desaparecer, mas descobrimos que este não é o caso”, disse à BBC o professor Edward Felten, da Universidade de Princeton.

A memória volátil normalmente é usada na memória de acesso randômico do computador (RAM, na sigla em inglês), usada para o armazenamento temporário de dados de programas quando o computador está ligado.

Sono profundo

A encriptação dos discos é o principal método usado por empresas e governos para proteger informações confidenciais e importantes.

“A chave para fazê-lo (o método) funcionar é manter a chave para a encriptação (que ‘desembaralha’ os dados) secreta”, explicou Felten.

A encriptação de dados se tornou um assunto bastante discutido recentemente, por causa do roubo de laptops contendo informações pessoais.

“O que descobrimos foi que a chave para a decodificação necessária para acessar os arquivos encriptados estava disponível na memória dos laptops”, disse ele. “A informação estava disponível por segundos ou minutos.”

“A preocupação é que alguém se aproprie do laptop enquanto ele ainda esteja ligado, ou enquanto ele esteja em standby ou hibernando”, disse Felten.

Nesses modos de operação, o laptop não está processando dados, mas a informação permanece armazenada na memória RAM para permitir que ele seja “acordado” rapidamente.

“A pessoa pode pegar o laptop, cortar a energia e depois ligar o aparelho de novo, e fazendo isso, ela terá acesso ao conteúdo da memória – inclusive as críticas chaves de encriptação.”

Esfriado

Desligar e ligar a máquina de novo é crítico para qualquer ataque.

“Quando retorna do ‘sono’, o sistema operacional está lá e está tentando proteger esses dados”, explica Felten.

Mas o ato de desligá-lo totalmente e depois ligá-lo de novo remove essa proteção.

“Ao cortar a energia e depois trazê-lo de volta, o adversário se livra do sistema operacional e tem acesso direto à memória.”

Felten e sua equipe descobriram que esfriar o laptop aumenta a retenção de dados nos chips de memória.

“A informação permanece na memória por muito mais tempo – 10 minutos ou mais”, disse ele.

Por exemplo, se a informação permanece no computador por cerca de 15 segundos em condições normais, um laptop “esfriado” a uma temperatura de -50º C vai manter essas informações na memória por 15 minutos ou mais.

Segundo Felten, a melhor maneira de proteger um computador é desligá-lo totalmente vários minutos antes de o usuário ter que se separar do aparelho, ou de sua segurança física estar comprometida.

“Trancar a tela simplesmente, ou acionar o modo ‘hibernar’, ou ‘suspenso’ não vão garantir proteção adequada”, acrescenta.

“A pesquisa levanta dúvidas sobre o valor da encriptação. Acredito que, com o tempo, os produtos de encriptação vão se adaptar a isso e vão encontrar novas maneiras de proteger informações.”

Fonte: BBC Brasil

Primeira mensagem de e-mail com spam completa 30 anos

Teclado de computador
Mensagens de spam representam mais de três quartos do total
O spam, considerado como uma das maiores fontes de aborrecimento da internet hoje em dia, completa 30 anos neste sábado.

O primeiro e-mail reconhecido como propaganda indesejada foi enviado no dia 3 de maio de 1978, para 400 pessoas, em nome da empresa DEC, uma fabricante de computadores americana que já não existe mais.

A mensagem foi enviada por meio da Arpanet, a precursora da internet, e gerou uma onda de reclamações dos destinatários conta o remetente ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que gerenciava a Arpanet.

Hoje em dia, cerca de cem bilhões de mensagens de spam são enviadas diariamente.

As mensagens de spam representam mais de três quartos de todas as mensagens enviadas pela internet.

Os spam podem reduzir a velocidade da rede e até mesmo travar computadores em todas as partes do mundo, mas o combate à prática é difícil e caro.

As mensagens de e-mail com propaganda indesejada foram batizadas de spam em homenagem a um quadro do programa humorístico britânico Monty Python’s Flying Circus, no qual um grupo de vikings canta uma música que repete até a exaustão a palavra spam em um restaurante que serve todos os seus pratos com uma carne enlatada da marca Spam.

Fonte: BBC Brasil

Naturalistas registram orangotango nadando e pescando

Orangotango nadando Foto: Jay Ullal
Símio atravessa o rio para colher frutos do outro lado
Um livro de fotografias a ser publicado neste mês de maio mostra imagens que surpreenderam a comunidade científica: nelas, orangotangos que habitam florestas equatoriais em Bornéu, na Indonésia, são vistos nadando e pescando.

Até recentemente, especialistas acreditavam que estes símios de braços longos, que compartilham 97% do seu DNA com os humanos, não eram capazes de nadar.

Mas a equipe de naturalistas e um fotógrafo por trás do lançamento capturou imagens dos orangotangos atravessando um rio a nado para colher frutos em uma reserva na ilha de Kaja, na parte sul de Bornéu, que pertence à Indonésia (o resto da ilha de Bornéu é dividido pela Malásia e ao sultanato de Brunei).

Os animais também são vistos caçando peixes com varetas antes de comê-los.

Segundo os autores do livro, estas e outras imagens demonstram que a espécie, tida como a segunda mais inteligente depois do homem, é capaz de criar e aprender.

O livro Thinkers of the Jungle - the Orangutan Report, de Gerd Schuster, Willie Smits e Jay Ullal, chega às lojas no dia 5 de maio.

Ele também documenta a destruição do habitat natural do orangotango para o cultivo do solo.

O holandês Willie Smits é um dos fundadores da Borneo Orangutan Survival Association, entidade que faz campanha pela proteção da espécie.

Especialistas calculam que a partir de 2010 não haverá mais orangotangos - habitantes das florestas de Bornéo e Sumatra - vivendo livres na natureza.

Fotos de Jay Ullal, do livro 'Thinkers of the Jungle'

Um livro de fotografias a ser publicado no início de maio mostra imagens que surpreenderam a comunidade científica: nelas, orangotangos que habitam florestas equatoriais nas ilhas de Bornéu são vistos nadando e pescando.
Fotos de Jay Ullal, tirada do livro 'Thinkers of the Jungle'

Até recentemente, especialistas acreditavam que estes símios de braços longos, que compartilham 97% do seu DNA com os humanos, não eram capazes de nadar. Acima, um dos orangotangos pesca com uma vara.
Foto Jay Ullal, tirada do livro 'Thinkers of the Jungle'

A equipe de naturalistas e um fotógrafo por trás do lançamento capturou imagens dos orangotangos atravessando um rio a nado para colher frutos em uma reserva na ilha de Kaja, em Bornéu. Acima, o cientista Willie Smits, pesquisador do projeto.
Foto Jay Ullal, tirada do livro 'Thinkers of the Jungle'

O holandês Willie Smits é um dos fundadores da Borneo Orangutan Survival Association em 1991, entidade que faz campanha pela proteção da espécie e sua história também está relatada no livro. Acima, um orangotango brincando com água.
Foto de Jay Ullal, tirada do livro Thinkers of the Jungle

Segundo os autores do livro, estas e outras imagens demonstram que a espécie, tida como a segunda mais inteligente depois do homem, é capaz de criar e aprender. Acima, um orangotango varrendo o chão.
Foto de Jay Ullal, tirada do livro 'Thinkers of the Jungle'

O livro também documenta a destruição do habitat natural do orangotango para o cultivo do solo. Especialistas calculam que a partir de 2010 não haverá mais orangotangos - habitantes das florestas de Bornéo e Sumatra - vivendo livres na natureza.

Fonte: BBC Brasil

Novo vírus ameaça usuários de redes de compartilhamento

Computador
Vírus são disfarçados em arquivos de música ou vídeo
Ao menos meio milhão de computadores em todo o mundo podem ter sido afetados por vírus disfarçados de arquivos de música ou vídeo, segundo advertiu nesta quinta-feira a empresa de segurança na internet McAfee.

Os arquivos com o vírus estariam sendo postados em redes de compartilhamento de arquivos.

A McAfee afirma que o foco desse tipo de vírus é o pior visto nos últimos três anos.

Os usuários que rodam o arquivo com o vírus são bombardeados com anúncios pop-up e se arriscam a comprometer a segurança de seus computadores.

Nomes diferentes

O arquivo falso, com vírus do tipo trojan, tem sido amplamente distribuído em redes de compartilhamento como eDonkey e Limewire.

O arquivo tem vários nomes diferentes e é escrito em diferentes línguas para tentar atrair o usuário a baixá-lo.

Os títulos fazem o arquivo parecer ser uma faixa de música, pornografia ou versões completas de filmes populares.

O usuário que baixa o trojan e tenta rodá-lo se depara com uma janela pedindo a instalação de um codec (programa decodificador) para poder ver ou ouvir o suposto arquivo.

Mas ao rodar o arquivo, ele instala no computador um adware, programa indesejado que abre janelas de propaganda no computador do usuário.

No pacote de programas indesejados instalados pelo vírus está um tocador de MP3 que somente toca faixas incluídas no próprio arquivo.

Foco raro

A McAfee diz que um foco de vírus tão grande é raro porque os criminosos tecnológicos preferem tipicamente focar suas criações para manter os números baixos e evitar a detecção.

Segundo a empresa, nos últimos sete dias, o vírus trojan foi encontrado em mais de 500 mil computadores, que notificam a companhia quando um arquivo malicioso é baixado.

A McAfee diz que, até agora, apenas 10% desses computadores parecem ter chegado ao ponto de instalar o codec.

Outras companhias de segurança também disseram ter detectado o trojan, mas não em uma quantidade tão grande quanto a McAfee.

A empresa advertiu seus usuários para manter seus programas de proteção atualizados e ter cautela ao usar redes de compartilhamento de arquivos.

Fonte: BBC Brasil

Genoma explica 'estranheza' do ornitorrinco


Ornitorrinco
Ornitorrincos são mamíferos que põem ovos, como aves e répteis
O ornitorrinco, considerado uma das espécies mais estranhas do mundo, é uma mistura genética de mamíferos, répteis e aves, segundo indica o seqüenciamento do seu genoma, publicado na última edição da revista científica Nature.

Os mais de cem pesquisadores responsáveis pelo seqüenciamento do genoma dizem que as características únicas dos ornitorrincos estão refletidas em seu DNA.

Os animais são originários de um ramo inicial da família dos mamíferos, e assim como os demais mamíferos são cobertos de pelos e produzem leite. Mas põem ovos como répteis e aves.

Segundo os responsáveis pelo estudo, a seqüência genômica do ornitorrinco pode dar pistas sobre a evolução dos seres humanos e de outros mamíferos.

O ornitorrinco é o mais recente de uma série de mamíferos a ter seu código genético decifrado, entre eles o camundongo, o rato, a ovelha, o cavalo e o cachorro.

Mas o animal é o único membro dos monotremados (mamíferos que põem ovos) a ter seu genoma seqüenciado.

Características pouco usuais

Segundo um dos coordenadores do estudo, Chris Pontig, da Universidade de Oxford, o ornitorrinco foi escolhido por suas características pouco usuais.

O animal é tão estranho que foi considerado uma farsa quando foi enviado no século 19 por cientistas da Austrália, onde era originalmente encontrado, para a Europa.

“Ele tem uma aparência muito estranha porque é uma mistura com bico de pato, olhos de toupeira, ovos de lagarto e o rabo de um castor”, disse Pontig à BBC.

“Este era um de uma série de mamíferos que podíamos ter escolhido, mas era certamente aquele que todos queriam ver seqüenciado por causa de suas características pouco usuais”, afirmou.

“É maravilhoso ver toda a mistura de diferentes características que o ornitorrinco exibe; ver aquelas características refletidas no DNA, nos genes dessa criatura, que mantém mistérios para os cientistas e para a população em geral desde que foi descoberto, há 200 anos”, complementou.

Preservação

O DNA analisado veio de uma fêmea, batizada de Glennie, que foi capturada em Nova Gales do Sul, na Austrália.

A seqüência foi então comparada com pedaços de DNA de cerca de outros cem ornitorrincos que também viviam de maneira selvagem.

Mark Batzer, da Universidade de Louisiana, em Baton Rouge, que também participou do estudo, disse que os dados devem ajudar os esforços de preservação ao permitir que os cientistas investiguem o tamanho da população, sua estrutura e seus hábitos de procriação.

“No caso do ornitorrinco, nós claramente aprendemos muito sobre um organismo único que tem uma relevância em termos de sua condição ameaçada e da biologia da preservação”, disse.

Segundo ele, “uma grande surpresa foi a natureza de retalhos do genoma, com características de aves, répteis e mamíferos”.

O ornitorrinco e a équidna, um pequeno mamífero espinhoso, são as únicas espécies conhecidas de monotremados no mundo. Todos os outros mamíferos dão à luz suas crias.

Os ornitorrincos são encontrados nos Estados do leste da Austrália, vivendo em rios e riachos e em suas proximidades.

Eles têm uma visão acurada, mas apenas abrem seus olhos quando estão fora da água.

Sob a água, eles recorrem ao tato e a um sentido especial chamado de electro-recepção, que permite a eles detectar pequenas mudanças no campo elétrico gerado por suas presas.

Flores 'acenam' para insetos, diz estudo britânico


Abelha pousa em flor
Flores que se movimentam mais recebem mais visitas
As flores "acenam" aos insetos para conseguir atenção, segundo um novo estudo de um grupo de cientistas britânicos.

A descoberta ajuda a explicar por que muitas flores balançam na brisa, revelando uma artimanha, até então desconhecida, usada pelas plantas para atrair agentes polinizadores.

O estudo foi publicado na revista científica Journal of Evolutionary Biology.

Os cientistas estudavam plantas silvestres comuns encontradas na costa do País de Gales, na Grã-Bretanha.

Segundo os pesquisadores, flores que se movem são visitadas mais freqüentemente por insetos e também produzem mais sementes.

Elas também atraem uma maior variedade de espécies de insetos do que as flores estáticas.

Há muito se sabe que flores usam cores vivas, fragrâncias, pétalas de formatos elaborados e néctar para atrair insetos polinizadores, como moscas e abelhas.

Até o presente, no entanto, a hipótese de que os movimentos da planta ao sabor do vento seriam também um recurso para atrair visitantes não havia sido considerada seriamente.

Inspiração

"Eu estava deitado na praia observando as flores se movendo ao vento e me perguntei por que elas tinham hastes e se arriscavam a sofrer danos em um habitat tão exposto", conta o pesquisador John Warren, da Universidade de Aberystwyth.

Warren afirma que começou a procurar pesquisas sobre o assunto, encontrando pouco material de referência.

"A única referência que encontrei a um movimento atraindo polinização diz que é pouco provável que (o movimento) seja importante, porque insetos não são bons em detectar movimento, o que é claramente besteira", argumenta o especialista.

Para descobrir mais, Warren e seu colega Penn James fizeram experimentos com a planta silvestre Silene Maritima, que cresce em Cardigan Bay, na costa oeste do País de Gales.

Os especialistas observaram 300 flores com caules de comprimentos diferentes, registrando quanto cada flor se movia ao vento, com que frequência ela era visitada por insetos e por quanto tempo, e quantas sementes a flor produziu.

O experimento revelou que flores com caules longos e finos se movem mais ao vento e, portanto, atraem mais insetos do que as flores que crescem em caules curtos e grossos.

Mas Warren diz acreditar que as flores também enfrentam um acerto de contas da natureza.

"As flores que se movimentam bastante podem atrair mais insetos, mas as que se movem demais acabam espantando os insetos porque eles não conseguem parar em cima delas", afirma o pesquisador. "Só as flores que se movimentam na quantidade certa têm sucesso", concluiu.

Perda de mangais deixou antiga Birmânia exposta

O secretário-geral da ASEAN Surin Pitsuwan referiu que os empreendimentos costeiros na zona atingida pelo furacão do fim de semana levaram à perda das defesas naturais contra estas tempestades, os mangais.

Pelo menos 22 mil pessoas morreram desta vez mas já em 2004, após o tsunami, um estudo tinha revelado que as zonas com mangais saudáveis tinham sofrido menos danos e menos pessoas tinham morrido.

Surin, falando num encontro ao mais alto nível da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Singapura, disse que a combinação de mais pessoas a viver nas zonas costeiras associada à perda de mangais tinha exacerbado a tragédia.

"O estabelecimento em zonas de mangal, que servia de tampão contra as subidas de maré causadas pelas grandes ondas e pelas tempestades e as áreas residenciais, provocou a destruição de todas essas terras. O Homem é agora vítima dessas forças naturais."

Estes comentários surgem após o ministro da Birmânia Maung Maung Swe ter anunciado que mais mortes foram causadas pela subida da maré devida à tempestade, que atingiu 3,5 metros, que pelos ventos que atingiram 190 km/h.

Há muito que os mangais são considerados guardas biológicos das zonas costeiras. Um estudo publicado em Dezembro de 2005 referiu que as florestas de mangal saudáveis ajudaram a salvar os aldeões do Sri Lanka durante o tsunami de 2004, que matou mais de 200 mil pessoas.

Investigadores da IUCN, antes conhecida por World Conservation Union, compararam a mortalidade de duas aldeias no Sri Lanka que foram atingidas pelas ondas gigantes.

Enquanto apenas duas pessoas morreram na aldeia com floresta de mangal densa, mais de 6 mil perderam a vida na aldeia vizinha que já tinha perdido essa vegetação.

"Os mangais são um tipo de floresta muito densa, que cresce ao longo da costa", explicou Jeffrey McNeely, cientistas chefe da IUCN. "Onde a água salgada e doce se encontram é onde o mangal cresce, estendendo-se muitas vezes alguns quilómetros para o interior. Especialmente nos deltas dos rios, os mangais impedem que as ondas danifiquem terras mais produtivas para o interior."

Uma avaliação recente a nível global revelou que 3,6 milhões de hectares de mangal já desapareceram, desde 1980. O estudo, levado a cabo pela Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) revelou que a Ásia foi a zona que mais perdas teve, com 1,9 milhões de hectares destruídos, principalmente devido a alterações na utilização da terra.

Descobriu-se que a conversão em larga escala dos mangais em criações de camarão e peixe estava entre as principais forças destrutivas mas outras incluem o turismo e o aumento da população costeira.

Mette Wilkie, cientista da FAO, revelou que os mangais da Birmânia sofreram em resultado da sobreexploração. "Poucas zonas restam intocadas na zona de Irrawaddy", diz ela, referindo-se à zona onde o ciclone Nagris atingiu terra pela primeira vez.

"Existem alguns esforços para reabilitar e replantar mangais mas as perdas são muito substanciais. Durante a década de 90 perderam-se cerca de 2 mil hectares por ano, o que corresponde a 0,3% do total, mas a maioria das zonas costeiras estão degradadas, mesmo as que não foram totalmente destruídas."

Mas o panorama parece estar a melhorar. O relatório da FAO revelou que a taxa de destruição anual abrandou de 187 mil hectares na década de 80 para 102 mil hectares no início do século XX.

O papel dos mangais na redução da devastação causada por episódios de clima extremo foi uma das razões porque o Bangladesh decidiu proteger um dos maiores exemplos deste habitat costeiro. As Sundarbans, localizadas no delta do Ganges e do Bramaputra, contêm 100 mil hectares de mangal.

"Isto aconteceu porque o Bangladesh foi realmente devastado por um ciclone que matou cerca de 300 mil pessoas há algumas décadas", diz McNeely. "E eles perceberam que se não tivessem o efeito tampão do mangal, outra tempestade na baía de Bengala causaria ainda mais estragos pois a população aumentou muito desde então."

Fonte: Simbiotica

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Macacos japoneses sofrem de obesidade mórbida com comida dada por humanos

Animais vivem em parque na região de Osaka e recebem alimentação errada de turistas.
Problema atinge 30% do bando; espécie vive com facilidade perto de seres humanos.

Turistas japoneses que não observaram a velha máxima "Não alimente os animais" causaram uma epidemia de obesidade entre os macacos resos (Macaca mulatta) que vivem num parque de Sakai, na região da cidade de Osaka. De acordo com as autoridades que cuidam do parque, 30% dos bichos que vivem na área estão acima do peso por causa da comida extra oferecida pelos visitantes. Os administradores do local temem pela saúde dos bichos, que são nativos da Ásia.

Foto: Kazuhiro Nogi/France Presse
Membros da espécie são conhecidos por sua facilidade de se adaptar aos hábitos humanos (Foto: Kazuhiro Nogi/France Presse)

Foto: Kazuhiro Nogi/France Presse
Um dos bichos fazendo o que aparentemente mais adora: comer (Foto: Kazuhiro Nogi/France Presse)

Foto: Kazuhiro Nogi/France Presse
Organismo dos animais tem dificuldade para processar comida calórica (Foto: Kazuhiro Nogi/France Presse)

Fonte: France Presse - 04/05/2008

A energia solar do deserto é a solução para a crise energética da Europa?

Der Spiegel
01/05/2008

Uma minúscula fração da energia do sol que brilha sobre os desertos do Norte da África e Oriente Médio poderia atender toda a demanda de eletricidade da Europa. A tecnologia para explorar a energia já existe. Então por que ninguém está investindo nisso?

Jens Lubbadeh

O petróleo do século 21 não está enterrado nas profundezas da terra. Em vez disso, ele incide sobre sua superfície -na forma de luz solar.

"O sol é o bem escondido do Norte da África e Oriente Médio", diz Gerhard Knies, um porta-voz da Cooperação Transmediterrânea de Energias Renováveis (Trec, na sigla em inglês), uma rede de cientistas e políticos de vários países que busca resolver o problema de energia da Europa.

A visão deles, que chamam de Desertec, é transformar o sol do deserto em eletricidade, obtendo assim energia inesgotável, limpa e barata.

"Nós não temos um problema de energia", diz Hans Müller-Steinhagen, do Centro Aeroespacial Alemão (DLR). "Nós temos um problema de conversão e distribuição."

Dani Cardona/Reuters - 18.abr.2008
Turistas espanhóis observam o pôr-do-sol no deserto do Saara

Müller-Steinhagen foi encarregado pelo Ministério do Meio Ambiente da Alemanha de checar a viabilidade do Desertec em vários estudos. Sua conclusão é de que o Desertec é uma possibilidade real.

Em seus estudos, ele analisou a situação de energia na Europa, Norte da África e Oriente Médio do ponto de vista da era pós-petróleo. Entre todas as fontes alternativas de energia, uma se sobressai acima das demais: "Nenhuma fonte de energia chega perto de obter a mesma densidade volumosa de energia que a luz solar", diz Müller-Steinhagen.

E nenhuma outra fonte de energia está disponível em uma área tão grande. A cada ano, 630 mil terawatts-hora na forma de energia solar não usada incide nos desertos dos chamados Estados Mena (sigla em inglês para Oriente Médio e Norte da África).

Em comparação, a Europa consome apenas 4 mil terrawatts-hora de energia por ano -meros 0,6% da energia solar inutilizada que incide no deserto.

Deserto abastece a Europa
A Europa precisa de muita eletricidade, mas conta com pouco sol. Os países Mena, por outro lado, têm muito sol mas consomem pouca eletricidade. Assim, a solução é simples: o sul produz a eletricidade para o norte. Mas como funcionaria a enorme transferência de energia? E como transformar a luz solar do deserto em eletricidade?

Na verdade é relativamente fácil. O Desertec é relativamente de baixa tecnologia -nenhum reator de fusão nuclear caro, nenhuma usina elétrica a carvão emissora de CO2, nenhuma célula de energia solar ultrafina. O princípio por trás é familiar para qualquer criança que já queimou um buraco em uma folha de papel com uma lente de aumento. Espelhos curvos conhecidos como "coletores parabólicos" coletam a luz solar. A energia é usada para aquecer água, gerando vapor que então movimenta turbinas e gera eletricidade. Isto, de forma resumida, é como uma usina elétrica termo-solar funciona.

A energia pode ser coletada até mesmo à noite: o excesso de calor produzido durante o dia pode ser armazenado por várias horas em tanques de sal derretido. Desta forma as turbinas podem produzir eletricidade mesmo quando o Sol não estiver brilhando.

Mas o Saara precisaria ser completamente coberto de espelhos? Não, diz Müller-Steinhagen, apresentando uma imagem como resposta. Ela mostra um enorme deserto no qual estão desenhados três quadrados vermelhos. Um quadrado, aproximadamente do tamanho da Áustria, é rotulado de "mundo". "Se esta área for coberta por usinas elétricas alimentadas por coletores parabólicos, seria produzida energia suficiente para atender a demanda mundial", ele diz.

Um segundo quadrado, com apenas um quarto do tamanho do primeiro, é rotulado de "UE 25", em uma referência aos 25 países membros da União Européia antes do ingresso da Bulgária e da Romênia em 2007. Esta área poderia produzir energia solar suficiente para libertar a Europa da dependência do petróleo, gás e carvão. A terceira área é rotulada de "D", para Alemanha. É apenas um pequeno ponto.

Uma situação boa para todos
Segundo o plano, os países ricos em luz solar do Norte da África e do Oriente Médio construiriam as usinas termo-solares no deserto e gerariam a eletricidade. Como benefício colateral, eles usariam o calor residual para alimentar as usinas de dessalinização da água do mar, que forneceriam água potável em grande quantidade para os países áridos. Ao mesmo tempo, eles obteriam um produto valioso de exportação: eletricidade boa para o meio ambiente.

"Os países Mena estão em uma posição de tripla vitória", disse Müller-Steinhagen. Mas a Europa também ganha: ela se liberta de sua dependência do gás russo, da alta dos preços do petróleo, do lixo radioativo e das usinas elétricas a carvão que emitem CO2.

Para países como Líbia, Marrocos, Argélia, Sudão e especialmente os países do Oriente Médio, o ramo de energia solar poderia ser o início de um futuro realmente ensolarado. Ele poderia criar empregos e desenvolver uma indústria de energia sustentável, que traria dinheiro para estes países e permitiria investimento em infra-estrutura.

Na verdade, o Desertec não é uma visão futurista -a tecnologia já existe e é testada e comprovada. Desde meados dos anos 80, usinas termo-solares operam sem problemas nos Estados americanos da Califórnia e Nevada. Mais usinas estão atualmente sendo construídas no sul da Espanha. E teve início a construção de usinas termo-solares na Argélia, Marrocos e Emirados Árabes Unidos.

Fazendo a troca
Müller-Steinhagen calculou quanto custaria a troca de energia: para gerar 15% da demanda de eletricidade da Europa, cerca de 400 bilhões de euros (US$ 623 bilhões) seriam necessários até 2050 para pagar pela construção das usinas termo-solares. As usinas termo-solares custariam 350 bilhões de euros, enquanto 50 bilhões de euros seriam gastos em uma rede de transmissão para transportar a eletricidade do Norte da África até a Europa.

Isto exigiria uma rede de linhas de transmissão de corrente contínua de alta tensão -uma tecnologia que também já existe e é testada e comprovada. É a única forma de transportar eletricidade por milhares de quilômetros com relativamente pouca perda de energia.

Mas se tudo é tão simples, então por que os países com radiação solar suficiente constroem usinas nucleares caras e perigosas, em vez de investirem nesta tecnologia simples? Não há desertos nos Estados Unidos? Por que os americanos não estão se libertando de sua dependência do petróleo por meio da energia solar? E por que ninguém realmente começou a explorar esta tecnologia?

"Após as usinas termo-solares terem sido construídas na Califórnia e Nevada, as pessoas perderam o interesse na energia termo-solar porque os combustíveis fósseis se tornaram insuperavelmente baratos", diz Müller-Steinhagen. A energia solar foi negligenciada apesar dos Estados Unidos estarem em uma posição vantajosa, em comparação à região Mena, de ser uma única entidade política em vez de um conglomerado de países com interesses diferentes. Os Estados Unidos poderiam atingir auto-suficiência em energia por meio de usinas termo-solares no sudoeste ensolarado. Mas foi apenas recentemente que cientistas, escrevendo na respeitada revista "Scientific American", apresentaram um "Grande Plano Solar" para os Estados Unidos.

O petróleo barato ficou no caminho do avanço da energia termo-solar. Apesar da abundância de luz solar na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e outros países, o petróleo também é. Mas estes países ricos também podem bancar a construção de usinas termo-solares. "Na Arábia Saudita ou nos Emirados Árabes Unidos, a eletricidade custa meio centavo por quilowatt-hora", diz Müller-Steinhagen. "Isto dificulta convencer as pessoas sobre os benefícios da energia termo-solar."

Falta de consciência
"Há uma falta de consciência nos países Mena a respeito do que esta tecnologia pode fazer", diz Samer Zureikat, fundador da empresa de energia renovável Mena Cleantech, com sede em Frankfurt. "Quando você fala com as pessoas sobre energia solar, elas pensam em pequenos painéis solares que alimentam iluminação de rua. Elas não pensam em enormes usinas elétricas que podem fornecer eletricidade suficiente para um país todo."

Para Zureikat, a troca para a energia termo-solar é uma necessidade da qual não se pode escapar. "A Europa precisa de energia. O Norte da África e o Oriente Médio precisam de água -e rápido."

Müller-Steinhagen concorda com ele. Em um estudo diferente, ele investigou a necessidade futura de água da região e a possibilidade de dessalinização da água do mar com energia produzida por usinas termo-solares. A conclusão do estudo é que a escassez de água na região Mena triplicaria em 2050.

O interesse na energia termo-solar está crescendo lentamente. A Masdar, uma empresa de Abu Dhabi que investe em energia alternativa, é parceira em um projeto de construção de três usinas termo-solares na Espanha. Ela também quer construí-las em seu próprio país.

Reconhecidamente, a eletricidade de origem termo-solar ainda não é competitiva. Mas a energia gerada convencionalmente está ficando cada vez mais cara -e a energia termo-solar fica mais barata com a construção de cada nova energia elétrica. Em 2020 no mais tardar, prevê Müller-Steinhagen, a eletricidade termo-solar terá o mesmo preço que a energia gerada por combustíveis fósseis. Além disso, a termo-solar possui maior estabilidade de preço, já que o Sol produz energia ilimitada e gratuita, que não exige extração de matéria-prima elaborada e onerosa.

Sarko Solar
Müller-Steinhagen quer que as pessoas voltem sua atenção para a tecnologia -e rapidamente. Agora é o momento certo, ele diz: as antigas usinas elétricas da Europa estão chegando ao final de suas vidas úteis e novas precisam ser construídas. Estes investimentos decidirão o futuro de nossa energia, dado que a vida útil das usinas de força se estende por décadas.

E os políticos estão começando a se interessar pela idéia. O governo alemão a apóia. Na esfera européia, os membros alemães do Parlamento Europeu como Rebecca Harms, do Partido Verde, e Matthias Groote, do Partido Social-Democrata de centro-esquerda, estão dando seu apoio ao Desertec.

Até mesmo o presidente da França, Nicolas Sarkozy, também descobriu rapidamente a energia solar, apesar de suas recentes vendas de usinas nucleares para países do Norte da África. "Nós estamos sendo inundados por consultas da França", diz Müller-Steinhagen. Sarkozy quer promover a energia solar dentro de sua controversa União para o Mediterrâneo, uma proposta para uma aliança livre dos países que margeiam o Mar Mediterrâneo e outros países da UE.

Groote espera por "novas iniciativas quando a França assumir a presidência da UE no segundo semestre". Mas sua colega do Partido Verde, Harms, alerta contra o otimismo excessivo: "Ainda há apenas uma minoria no Parlamento Europeu promovendo a energia termo-solar. Nós ainda estamos a uma longa distância de uma política unificada de energia".

Perguntas demais continuam não respondidas. Quem pagará pela rede de transmissão? Quem seria dona dela? Será que os vários acionistas concordariam em um preço garantido coletivamente para a energia termo-solar transmitida pela rede?

Esta última questão é particularmente importante para os investidores e para a indústria. Wolfgang Knothe, um membro do conselho da MAN Ferrostaal, uma provedora de serviços industriais, diz: "Nós precisamos de segurança política para avançar".

Falta de dinheiro não é o problema. "Energia renovável interessa", diz Nikolai Ulrich, do HSH Nordbank. "É relativamente fácil no momento obter investimento para projetos de energia renovável."

O Desertec ainda é apenas uma visão. Mas visões são necessárias, diz Knothe: "Sem o sonho de Kennedy, o homem não teria pousado na Lua".

Naquela época, a vontade para transformar a visão em realidade existia, apesar da tecnologia não. Com o Desertec, é exatamente o oposto: a tecnologia está disponível -mas falta a vontade.

Tradução: George El Khouri Andolfato
Fonte: Noticias Uol

Rio de Janeiro ganha primeiro parque de geração de energia eólica da região Sudeste

A pedra fundamental do primeiro parque de geração de energia eólica (dos ventos) do estado do Rio de Janeiro foi lançada na quarta-feira (30) no distrito de Gargaú, no município de São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, afirmou que esse é o primeiro projeto de energia eólica da região Sudeste brasileira.

Segundo ele, o investimento será de R$ 130 milhões. "Acho que a grande importância desse projeto é a diversificação da matriz energética. E é o primeiro projeto", afirmou destacando que o governo fluminense estuda apoiar novos projetos de parques eólicos ainda este ano.

Júlio Bueno disse que a instalação de um parque eólico no Rio de Janeiro é um esforço no sentido de priorizar fontes de energia alternativa e limpa para o país. A geração eólica vai se somar às demais fontes de energia existentes no estado, como as térmicas a óleo e a gás, além das usinas hidrelétricas e nucleares.

"É importante também para o Brasil, que tem um grande potencial de energia eólica, principalmente no Nordeste. O que precisa é botar para rodar isso, pra gente acostumar com esse tipo de empreendimento", afirmou.

O parque Gargaú de energia eólica é um empreendimento da empresa Ecopart, de capital nacional. Serão instalados 17 aerogeradores, que totalizarão uma capacidade de geração de 28 megawatts de energia, suficiente para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes. O início das operações está previsto para o fim deste ano. (Fonte: Radiobrás)

Gordura localizada reduz riscos de diabetes tipo 2, diz estudo

bumbum feminino
Mulheres acumulam gordura nas pernas e no bumbum
Um estudo americano sugere que a gordura localizada ou subcutânea, como a encontrada logo abaixo da pele do bumbum, pode reduzir os riscos de diabetes tipo 2.

A pesquisa, realizada por especialistas da Harvard Medical School, comparou os efeitos provocados pelas gorduras subcutânea e visceral – que se acumula perto dos órgãos e pode ser prejudicial à saúde.

Em testes de laboratórios realizados com ratos, os cientistas transplantaram gordura de uma parte do corpo do animal à outra.

Ao moverem gordura subcutânea para a área abdominal, os cientistas observaram que os roedores diminuíram de peso e reduziram os níveis de açúcar no sangue.

Os especialistas explicaram que os ratos responderam melhor à insulina, substância que controla a taxa de açúcar no corpo.

Uma má resposta à insulina é o primeiro estágio para o aparecimento da diabetes tipo 2, afirmaram os cientistas americanos.

Em contrapartida, os cientistas não perceberam os mesmos efeitos benéficos quando transplantaram gordura visceral abdominal para outras partes do corpo do roedor.

“O que mais nos surpreendeu não foi o local onde a gordura estava concentrada, mas o tipo de gordura em si”, afirmou o coordenador da pesquisa, Ronald Khan.

“Ainda mais surpreendente foi o fato de que enquanto a gordura abdominal (visceral) estava produzindo efeitos negativos, a subcutânea estava produzindo benefícios”, disse Khan.

Pesquisas anteriores haviam sugerido que pessoas obesas com altos níveis de gordura visceral e subcutânea na altura do abdômen respondem melhor à insulina do que os que têm apenas o tipo visceral.

O pesquisador acredita que a gordura subcutânea deve contrabalançar os malefícios da gordura no abdômen.

O estudo foi publicado na revista especializada Cell Metabolism.

TV e falta de sono 'elevam risco de obesidade infantil'

O número de crianças e bebês acima do peso está aumentando
Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, relaciona a falta de sono e o uso de televisão com a obesidade em bebês e crianças.

Os pesquisadores da Escola de Medicina da universidade descobriram que crianças que dormem menos de 12 horas e assistem à televisão mais de duas horas por dia têm 16% de chances de ficarem obesos.

Em contraste, o risco para os bebês e crianças que dormem mais e assistem menos à TV é de apenas 1%.

O estudo, realizado com 915 crianças e publicado na revista especializada Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, afirma que a descoberta também pode ser importante para crianças mais velhas.

"Cada vez mais pesquisas sugerem que a diminuição do tempo de sono pode ser mais prejudicial à nossa saúde do que imaginávamos", afirmou a chefe da pesquisa, Elsie Taveras.

"Precisamos de mais estudos. Mas nossas descobertas sugerem que os pais podem retirar as televisões dos quartos das crianças e encorajar uma melhor qualidade do sono", acrescentou.

Peso e medida

No estudo, o peso e as medidas das crianças foram analisados durante várias visitas às famílias, até a criança completar três anos de idade.

Ao mesmo tempo, as mães informavam regularmente quantas horas as crianças dormiam e quantas horas assistiam à televisão a cada dia.

Os pesquisadores sugeriram que a falta de sono pode aumentar o risco de problemas com o peso, pois estimula os hormônios que influenciam o apetite, levando as crianças a comerem mais.

Além disso, o maior tempo em frente à televisão leva à maior exposição a propagandas de 'junk food', piorando a dieta dessas crianças, segundo os pesquisadores.

"A questão do peso nesta idade é muito importante e está se transformando em um problema", disse Terence Stephenson, vice-presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, da Grã-Bretanha.

"Bebês acima do peso levam a crianças acima do peso e adultos acima do peso. Mas o que precisamos saber é se as crianças que assistem mais à televisão e dormem menos estão comendo mais e se exercitando menos", acrescentou.


Fonte: BBC Brasil

Aquecimento global ameaça matar coalas de fome

Alto nível de dióxido de carbono retira nutrientes das folhas de eucalipto.
Pesquisador acredita que espécie vai se reproduzir menos com menos comida.

Do G1, com informações da AP

Os coalas do mundo podem morrer de fome com o aquecimento global. Isso porque o alto nível de dióxido de carbono na atmosfera retira nutrientes das folhas de eucaliptos que são o alimento dessa espécie. O alerta foi feito pelo biólogo Ian Hume, da Universidade de Sydney, na Austrália, nesta semana.

O valor nutricional das folhas de eucalipto já é bastante baixo e a preservação dos coalas já está muito ameaçada. Sob condições excelentes, os coalas têm um filhote por ano. Se tiverem menos nutrientes disponíveis, Hume acredita que eles devem passar a ter um filhote a apenas cada três ou quatro anos.

Foto: AP
Nessa foto de arquivo, o filhote de oito meses se agarra à mãe enquanto ela se pendura em uma árvore em busca de folhas de eucalipto (Foto: AP)

Brasileiros fazem primeiro grande mapa para conservação dos sapos

Pererecas, sapos e rãs são o grupo de animais mais ameaçado do mundo.
Mata Atlântica, Amazônia e sul do país são prioritários para proteção dessas espécies.


Marília Juste Do G1, em São Paulo

O mundo está à beira de uma extinção veloz e catastrófica, e poucos estão prestando atenção: a extinção dos sapos. Pelo menos 35% das espécies de sapos, pererecas e rãs estão correndo perigo, o que torna esses anfíbios o grupo de animais mais ameaçado do planeta. Para ajudar a salvá-lo, pesquisadores brasileiros fizeram o primeiro mapa de áreas essenciais para conservação de sapos e rãs do mundo. O objetivo é orientar as políticas ambientais para que protejam de fato esses animais.

Os “anuros” -- grupo que envolve sapos, rãs e pererecas -- são especialmente vulneráveis exatamente por serem anfíbios e dependerem tanto de água quanto de terra para sobreviver. Logo, não adianta nada estarem em uma mata preservada se os cursos de água estiverem interrompidos ou poluídos. Da mesma maneira, um rio limpo de nada serve se estiver cercado de urbanidade.

Foto: Célio F. B. Haddad
A perereca Bokermannohyla izecksohni é típica do Brasil e uma das que está ameaçada de extinção (Foto: Célio F. B. Haddad)

“Vamos supor que uma espécie de sapo viva na mata e se reproduza em riachos. Imaginemos também que depois de um desmatamento, uma parte da mata que sobrou fique separada desse riacho. Agora essa espécie tem que migrar do fragmento de mata ao qual ela ficou restrita até o rio para se reproduzir. Nesse caminho, pode ser predada por algum inimigo natural, pode sofrer desidratação, ou uma série de outras ameaças”, explicou ao G1 o pesquisador Rafael Loyola, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que participou da elaboração do mapa. “Como esse tipo de situação é bastante comum devido à fragmentação de habitats, muitas espécies que têm girinos morrem por não alcançarem mais seus locais de reprodução”, afirma.

Além disso, as espécies do grupo também são mais sensíveis às mudanças de temperatura e à poluição. E como se não fosse suficiente, uma nova ameaça surgiu: um fungo que está devastando os sapos do mundo. “Aparentemente esse fungo aparece em regiões mais quentes e associado a corpos d'água - o que reforça estratégias de conservação diferenciadas para espécies que possuem girinos”, diz o cientista.

Foto: Célio F. B. Haddad
A perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz) como o próprio nome diz é típica da ilha de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo (Foto: Célio F. B. Haddad)

Para conservar os anuros são necessários cuidados especiais, portanto. É preciso levar em conta tanto os ambientes que eles precisam, como também as características biológicas diferentes de cada espécie. É essa combinação que o mapa da equipe brasileira traz de inovação.

O estudo feito por Loyola e seus colegas da Unicamp, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos) apresenta 66 áreas prioritárias para conservação dos sapos em toda a América Latina. Segundo ele, a Mata Atlântica, os campos no sul do Brasil e as terras altas no norte da Amazônia precisam ser protegidas se o Brasil não quiser perder mais espécies. No resto do continente, a região tropical dos Andes, o sul da Argentina, a América Central e o México também precisam estar no foco das ações de conservação.

Todas essas regiões estão sob perigo constante. “As áreas prioritárias que apontamos e que estão localizadas no Brasil sofrem primariamente com o desmatamento para uso de terras em agricultura e pecuária - especialmente ao longo de grandes rios - assim como a introdução de espécies exóticas de plantas e animais. No México e América Central, a maior ameaça que essas áreas enfrentam é a expansão agropecuária”, explica Loyola.

As áreas para conservação são divididas naquelas essenciais para a preservação dos sapos que passam pela fase de girino e daqueles que já nascem direto com a forma que terão na vida adulta.

O trabalho da equipe brasileira foi apresentado em uma das principais revistas científicas, a PloS ONE, nesta semana.

Mudanças naturais podem brecar aquecimento da Terra por um tempo

As mudanças naturais no clima do planeta podem compensar o aquecimento global gerado pelo homem na próxima década, mantendo as temperaturas oceânicas no mesmo patamar ou até um pouco abaixo do patamar atual durante um breve período de tempo, afirmaram pesquisadores alemães na quarta-feira (30).

Essa situação temporária, no entanto, pode criar um problema se os dirigentes mundiais a virem como um sinal de que podem aliviar seus esforços para limitar a emissão de gases do efeito estufa ou a utilizarem para fazer pouco caso do aquecimento global.

"As variações naturais alteram o clima nessa escala temporal e os dirigentes mundiais podem pensar ou que as ações de mitigação já dão resultado ou que não há qualquer tipo de aquecimento global", afirmou Noel Keenlyside, pesquisador do clima no Instituto Leibniz de Ciências Marinhas, da Alemanha. Keenlyside comandou o estudo.

Cientistas da área previram há muito tempo que, nos próximos cem anos, uma maior quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera provocará um aquecimento generalizado.

O estudo publicado agora na revista Nature é um dos primeiros a adotar uma perspectiva de curto prazo.

Isso pode ser útil porque as mudanças naturais, ao contrário das provocadas pelo homem, desempenhariam um papel maior no curto prazo, disse Keenlyside.

A equipe dele montou um modelo de computador que leva em consideração fenômenos naturais como as temperaturas da superfície dos oceanos e os padrões de circulação das correntes marítimas.

Os cientistas verificaram a eficácia de seu modelo realizando várias previsões com dados gravados nos últimos 50 anos e descobriram que essas previsões mostravam-se precisas, afirmou Keenlyside.

"Isso é importante porque as escolhas entre uma política ou outra olham sempre para o curto prazo", disse. "Nossos resultados mostram que pode não haver uma mudança climática tão grande nos próximos dez anos."

O relatório de um painel do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) lançado neste ano previu que as temperaturas da Terra subiriam entre 1,8 e 4,4 graus Celsius neste século, em parte por causa da queima de combustíveis fósseis que produz dióxido de carbono, o principal dos gases do efeito estufa.

Cientistas afirmam que a elevação das temperaturas poderia gerar um aumento do nível dos oceanos, o derretimento de geleiras e um aumento na frequência e na força de tempestades e secas.

Esses fenômenos, de outro lado, poderiam criar levas de "refugiados do clima".

Segundo Keenlyside, um motivo possível para o relativo efeito de resfriamento na próxima década seria o esperado enfraquecimento do sistema que leva água quente para o norte do oceano Atlântico, o que compensaria pelo previsto aumento no volume emitido de gases do efeito estufa.

"As primeiras tentativas de realizar previsões para a década sugerem que é possível antecipar com certa exatidão qual será o efeito combinado do aumento da concentração de gases do efeito estufa e das variações climáticas naturais", disse Richard Wood, da Agência de Meteorologia da Grã-Bretanha, em um comentário publicado na Nature. (Fonte: Estadão Online)

Aquecimento global ameaça insetos tropicais de extinção, diz estudo

Inseto
Mudanças podem afetar polinização de plantas e estoques de comida
Muitos insetos tropicais correm risco de ser extintos até o final deste século caso não consigam se adaptar ao aumento previsto nas temperaturas globais, indica um estudo realizado por pesquisadores americanos.

A pesquisa, coordenada pela Universidade de Washington, sugere que os insetos das regiões tropicais são mais sensíveis às mudanças de temperatura do que aqueles originários de outras partes do planeta.

Segundo os cientistas, em latitudes mais altas pode ocorrer o inverso, com uma explosão na população de insetos.

Os pesquisadores afirmam que essas mudanças no número de insetos em determinadas regiões podem ter efeitos secundários na polinização das plantas e nos estoques de alimentos.

Mudanças de temperatura

No estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores americanos analisaram como as mudanças de temperatura entre 1950 e 2000 afetaram 38 espécies de insetos.

Segundo os cientistas, os organismos de sangue frio não conseguem regular a temperatura corporal como os animais de sangue quente.

Suas táticas estão limitadas a buscar abrigo na sombra quando está quente ou ficar ao sol quando está frio.

Os cientistas prevêem que essas espécies terão de lutar para sobreviver com o aumento de 5,4 C na temperatura previsto até 2100.

Os pesquisadores afirmam que, mesmo que algumas espécies sejam capazes de migrar para latitudes mais altas ou evoluir para se adaptar ao clima mais quente, é provável que outras desapareçam.


Fonte: BBC Brasil - 6 de Maio de 2008

Piauí tem doze espécies de animais em extinção

O Piauí tem doze espécies de animais em extinção. São as aves (ararinha-azul, arara-azul grande e araponga do Nordeste) e os mamíferos (gato-do-mato-pequeno, gato-maracujá, gato-palheiro, jaguatirica, onça-pintada, perixe-boi-marinho, tamanduá-bandeira, tatu-bola e tatu-canastra). O veterinário do Ibama no Piauí, José Lacerda Luz explica que o motivo das aves sofrerem mais ataques que os outros animais é uma questão de costume. "No Piauí não existe o hábito da caça e a alimentação de répteis como em outros Estados. Cerca de 97% dos animais apreendidos são aves e muitos destes animais também são mantidos em ambiente doméstico".

As principais causas do desaparecimento dos bichos são a destruição da espécie e do habitat natural para a formação de áreas de pastagem e monoculturas, o comércio ilegal de animais raros através do tráfico e a criação em cativeiro. A cultura da soja no Sul do Piauí, por exemplo, é um fato recente de destruição do ambiente natural do Cerrado e de sua fauna nativa.

O Ibama no Piauí desenvolve o projeto "Liberdade e Saúde", que por meio de um gibi, alerta a população sobre a ilegalidade do tráfico de animais e informa sobre as doenças transmitidas pelos bichos.

Trata-se de um trabalho ambiental feito com alunos do ensino fundamental das escolas públicas de Teresina, mas ainda não chegou no interior do estado, nem nas regiões onde há espécies em risco. "O projeto capacita professores com conhecimentos ambientais para que eles repassem isso para os alunos. A meta é atingir todas as cidades do Piauí, nas escolas públicas e particulares", disse o veterinário.

Em todo o país são 100 espécies ameaçadas. Todas estas espécies foram catalogadas no livro "100 animais ameaçados de extinção no Brasil - E o que você pode fazer para evitar", escrita pelo biólogo carioca Sávio Freire Bruno. (Fonte: Ibama)

Estudo britânico diz que poluição pode agravar calvície

homem calvo
Calvície é hereditária, mas pode ser agravada por fatores ambientais
Um estudo realizado por pesquisadores britânicos sugere que homens que vivem em lugares poluídos têm mais chances de ficar calvos.

Os especialistas, da University of London, acreditam que as toxinas encontradas no ar poluído e na fumaça do cigarro podem fazer com que o cabelo pare de crescer ao bloquear a proteína que produz os fios.

Os pesquisadores confirmaram que a calvície é hereditária, mas que fatores ambientais podem exacerbá-la.

Para confirmar sua tese, eles retiraram folículos capilares de amostras de cabelo de homens com calvície e os analisaram em laboratório.

Novos tratamentos

Os cientistas identificaram deficiências no processo de crescimento dos fios, causadas por estresse oxidativo - que resulta no acúmulo de radicais livres, danificando as células.

O estresse oxidativo é agravado pelos efeitos da fumaça do cigarro e da poluição do ar, acrescentaram os especialistas.

“Nós acreditamos que qualquer poluente que entre na corrente sangüínea, na pele ou no folículo capilar pode causar algum tipo de estresse e interferir na capacidade do cabelo de construir a fibra”, explicou Mike Philpott, pesquisador envolvido no estudo.

Ele acrescentou: “Há uma base hereditária para a perda de cabelo, mas agora identificamos fatores ambientais que também devem ser considerados”.

Os pesquisadores dizem que os resultados do estudo aumentam a esperança de novos tratamentos para a calvície, que podem incluir o desenvolvimento de cremes para atuar localmente no combate aos efeitos dos poluentes.

A equipe agora pretende fazer novos testes e disse que vai tentar fazer crescer cabelo em ambientes impregnados com nicotina e outros poluentes encontrados no ar.

O estudo foi publicado na revista especializada Journal of Investigative Dermatology.

Fonte: BBC Brasil - 5 de Maio de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Receios crescem com morte de elefantes

Catorze elefantes raros foram mortos no Parque Nacional Virunga, República Democrática do Congo, desde meados de Abril, revela uma organização conservacionista que trabalha na área.

Um censo de 2006 revelou que restavam apenas 350 elefantes no parque nacional, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO mas ainda assim devastado pela guerra civil na região.

"Fomos apanhados de surpresa pela intensidade da matança", diz Emmanuel de Merode, da WildlifeDirect. Ele refere que teme que a situação possa estar directamente relacionada com a decisão da África do Sul de levantar a moratória de 13 anos ao abate de elefantes.

"Todos os catorze animais foram abatidos com tiros de armas automáticas, foram retalhados para se remover a carne e, com excepção do último, todos tiveram o marfim removido", diz Merode.

Quatro caçadores furtivos foram capturados após o último incidente por uma patrulha de militares congoleses e guardas do parque. "Acreditamos que toda a organização pode estar associada a factores exteriores ao Congo, que, por sua vez, dependem da reabertura do comércio de marfim."

O governo sul-africano tinha proibido a caça de elefantes em 1995 mas desde então o seu número mais que duplicou e necessita agora de ser controlado. Mas Merode diz que a África do Sul também passa a poder comercializar marfim.

"Infelizmente esta situação tem um impacto gigantesco no resto de África, pois com a reabertura do comércio global legal de marfim, o marfim ilegal pode facilmente ser também vendido no mercado", diz ele.

O conflito de cinco anos na República Democrática do Congo oficialmente terminou em 2003 mas vários grupos de milícia ainda continuam a operar livremente na zona do parque, que se estende por 8 mil quilómetros quadrados ao longo da fronteira da República Democrática do Congo com o Ruanda e o Uganda.

Desde 1996, 120 guardas do parque já foram mortos enquanto tentavam proteger a sua fauna selvagem e no ano passado os rebeldes abateram cinco dos igualmente raros gorilas de montanha do parque.

As organizações conservacionistas congolesas estimam que a população de elefantes do país era de 70 mil animais antes da guerra.

Fonte: Simbiotica

domingo, 4 de maio de 2008

Genes elevam risco de câncer de pulmão em fumantes, diz estudo

Estudo relaciona variações genéticas a câncer em fumantes
Uma pesquisa realizada por equipes de diversos países identificou variações genéticas que aumentam o risco de câncer de pulmão para fumantes e ex-fumantes.

As três equipes de pesquisadores, que publicaram os estudos nas revistas Nature e Nature Genetics, apontaram duas áreas de variações no cromossomo 15.

Cada um dos grupos de pesquisa estudou o DNA de milhares de fumantes e ex-fumantes, mas cada um trabalhou com uma amostra diferente, apesar de todos os analisados serem de descendência européia.

As três equipes encontraram um padrão específico de variação genética em dois pontos do cromossomo 15 mais comum em pessoas que desenvolveram câncer de pulmão do que em pessoas que permaneceram saudáveis.

Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes, uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre 70% e 80% do risco de desenvolver a doença.

Aqueles que têm apenas uma cópia de cada variante têm um aumento de cerca de 28% no risco de desenvolver câncer no pulmão.

Diferenças

As pesquisas diferem apenas na forma como as variantes influenciam o risco do desenvolvimento do câncer no pulmão.

A equipe da companhia islandesa deCODE Genetics - que realizou o maior dos estudos - afirmou que seu trabalho sugere que ter as variantes nos genes faz com que as pessoas fiquem mais viciadas em tabaco, uma vez que comecem a fumar. Isso aumenta o consumo e a probabilidade da doença.

Mas a equipe internacional de pesquisadores, que inclui cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer, da Universidade de Cambridge e da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (Estados Unidos), entre outras, afirmam que as variantes interagem diretamente com o tabaco para causar o câncer no pulmão.

Isso pode ocorrer devido ao aumento da probabilidade de a nicotina desencadear a divisão celular descontrolada que está associada ao câncer.

O professor Chris Amos, um dos autores de um dos estudos, da Universidade do Texas, afirmou que o câncer no pulmão tem muitas causas.

"Existem tantos compostos diferentes no tabaco que podem causar o câncer que é difícil separá-los, e nós ainda não compreendemos totalmente os mecanismos que causam o câncer no pulmão", afirmou.

Lesley Walker, da instituição britânica Cancer Research UK, afirmou que "o fumo aumenta muito o risco de câncer no pulmão, causando nove em cada dez casos da doença".

"Esta pesquisa nos diz que existem alguns fumantes que são ainda mais vulneráveis ao câncer no pulmão devido ao seu perfil genético", acrescentou.

Fonte: BBBC Brasil - 03 de abril, 2008

Mulheres têm voz mais sexy durante ovulação, diz estudo

mulher
Hormônios sexuais podem alterar timbre de voz
As mulheres ficam com a voz mais sexy quando estão no período fértil, segundo apontou uma pesquisa realizada por especialistas americanos.

Os cientistas, da Universidade Estadual de Nova York, gravaram mulheres contando de 1 até 10 em quatro fases diferentes do ciclo menstrual.

Posteriormente, eles tocaram as gravações aleatoriamente para estudantes dos sexos masculino e feminino e pediram que apontassem as vozes mais atraentes.

O estudo mostrou que as vozes com timbre mais alto foram indicadas pelos estudantes como as mais sexy.

Os cientistas se surpreenderam ao descobrir que as vozes escolhidas pelos voluntários foram gravadas durante a ovulação, período em que a mulher libera o óvulo para ser fecundado.

Na avaliação do pesquisador Gordon Gallup, os hormônios sexuais podem alterar o funcionamento da caixa vocal, ou laringe, mesmo que as mudanças sejam muito sutis.

“Precisamos aprofundar as pesquisas sobre os mecanismos biológicos que estão por trás dessas pequenas alterações, mas as evidências sugerem que o impacto dos hormônios na laringe seja a fonte das mudanças”, disse o pesquisador.

Ainda que sutis, afirmam os especialistas, as alterações na voz das mulheres são detectadas pelos homens, que podem considerá-las mais atraentes em algumas épocas do mês sem entender por que.

O estudo, publicado originalmente pela revista especializada Human Evolution and Behavior, foi reproduzido pela New Scientist.

Fonte: BBC Brasil - 01 de maio, 2008

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