Catorze elefantes raros foram mortos no Parque Nacional Virunga, República Democrática do Congo, desde meados de Abril, revela uma organização conservacionista que trabalha na área.
Um censo de 2006 revelou que restavam apenas 350 elefantes no parque nacional, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO mas ainda assim devastado pela guerra civil na região.
"Fomos apanhados de surpresa pela intensidade da matança", diz Emmanuel de Merode, da WildlifeDirect. Ele refere que teme que a situação possa estar directamente relacionada com a decisão da África do Sul de levantar a moratória de 13 anos ao abate de elefantes.
"Todos os catorze animais foram abatidos com tiros de armas automáticas, foram retalhados para se remover a carne e, com excepção do último, todos tiveram o marfim removido", diz Merode.
Quatro caçadores furtivos foram capturados após o último incidente por uma patrulha de militares congoleses e guardas do parque. "Acreditamos que toda a organização pode estar associada a factores exteriores ao Congo, que, por sua vez, dependem da reabertura do comércio de marfim."
O governo sul-africano tinha proibido a caça de elefantes em 1995 mas desde então o seu número mais que duplicou e necessita agora de ser controlado. Mas Merode diz que a África do Sul também passa a poder comercializar marfim.
"Infelizmente esta situação tem um impacto gigantesco no resto de África, pois com a reabertura do comércio global legal de marfim, o marfim ilegal pode facilmente ser também vendido no mercado", diz ele.
O conflito de cinco anos na República Democrática do Congo oficialmente terminou em 2003 mas vários grupos de milícia ainda continuam a operar livremente na zona do parque, que se estende por 8 mil quilómetros quadrados ao longo da fronteira da República Democrática do Congo com o Ruanda e o Uganda.
Desde 1996, 120 guardas do parque já foram mortos enquanto tentavam proteger a sua fauna selvagem e no ano passado os rebeldes abateram cinco dos igualmente raros gorilas de montanha do parque.
As organizações conservacionistas congolesas estimam que a população de elefantes do país era de 70 mil animais antes da guerra.
Fonte: Simbiotica
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