Um novo fóssil de Homo erectus sugere que as fêmeas tinham pélvis grandes e largas para que pudessem dar à luz bebés de cérebros grandes. Nascer com um cérebro grande significa que os nossos ancestrais se tornavam independentes bem mais depressa que as crianças humanas actuais. A nova descoberta, publicada na revista Science, entra em conflito com ideias anteriores que sugerem que estes ancestrais do Homem tinham uma forma corporal alta e delgada, adaptada à corrida. O Homo erectus é considerado o primeiro hominídeo a sair de África e a colonizar o mundo e provavelmente também terá sido a primeira a controlar o fogo. A pélvis feminina praticamente intacta com 1,4 milhões de anos foi encontrada perto de Gona no norte da Etiópia. À medida que ia sendo reconstruída, os arqueólogos ficaram espantados com a sua largura invulgar. Scott Simpson, paleontólogo da Universidade Case Western Reserve de Cleveland, Ohio, foi um dos investigadores que fez a descoberta: "Proporcionalmente as ancas dela eram mais largas que as das mulheres modernas."
Os primeiros hominídeos, como o Australopithicus afarensis com três milhões de anos de idade, tornado famoso pelo esqueleto de "Lucy" encontrado em 1974, têm uma abertura pélvica muito mais estreita. Comparativamente, os hominídeos mais recentes encontrados na China, Israel e Espanha têm pélvis mais largas. Os investigadores dizem que a pélvis mais larga significa que o H. erectus era capaz de dar à luz bebés até 30% maiores do que até aqui se pensava. Ter um cérebro maior significa que o jovem hominídeo era dependente da mãe durante menos tempo do que um bebé moderno, uma adaptação de sobrevivência muito útil na savana africana em que viviam. Os investigadores dizem que o cérebro do H. erectus provavelmente crescia mais rapidamente antes do nascimento mas após o parto a taxa de crescimento abrandava para algo entre a dos humanos modernos e a dos chimpanzés. Ainda assim, Simpson salienta que o H. erectus era muito mais humano que chimpanzé: "O Homo erectus foi a primeira espécie de hominídeo a deixar África, eram tecnologicamente sofisticados com ferramentas de pedra e caçavam animais. Muitos dos comportamentos que consideramos únicos dos humanos modernos já estavam presentes no Homo erectus." A nova descoberta lança dúvidas sobre a correcção das teorias anteriores acerca do Homo erectus. O achado mais importante de H. erectus é o "rapaz de Turkana", um jovem macho descoberto no Quénia em 1984 . O seu esqueleto reconstruído, com uma pélvis estreita e corpo alto e magro, foi interpretado como revelando uma adaptação ao clima quente e à necessidade de correr longas distâncias. Em comparação, esta nova descoberta é de uma fêmea mais baixa e com uma caixa torácica mais larga, uma característica vulgarmente encontrada em humanos de climas frios ou mesmo árcticos. A pélvis larga sugere que o canal de parto e o tamanho do cérebro estavam a sofrer uma evolução conjunta, à medida que o H. erectus se adaptava à necessidade de dar à luz bebés maiores em vez de se adaptar à pressão de factores ambientais externos. Fonte: Simbiotica
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Ancestrais dos humanos nasciam com cérebros grandes
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